Brasil usa apenas 1,5% de drones comparado à China
País irá publicar em breve uma regulamentação específica para drones de pulverização em lavouras
O Brasil possui 1,5 mil drones operando em lavouras atualmente, contra 100 mil na China, o que representa um número 1,5% menor em relação ao país asiático, segundo um novo estudo publicado pelo Sindicato Nacional das Empresas de Aviação Agrícola (Sindag). Por lá, esses equipamentos estariam operando sobre o equivalente a pelo menos 81% de toda a área cultivada no Brasil.
“Enquanto na Ásia os aparelhos remotos estão entrando como principal tecnologia para agricultores que até então plantavam e aplicavam defensivos praticamente à mão, por aqui eles ocupam o nicho de complemento de tecnologias maiores. Principalmente as aeronaves, onde o Brasil tem a segunda maior frota do mundo, com cerca de 2,3 mil aviões e helicópteros. Com os drones, por exemplo, fazendo arremates próximo a áreas ambientalmente sensíveis ou em aplicações em pequenos pontos em áreas maiores. Além disso, os também chamados veículos remotamente tripulados tendem a substituir equipamentos costais e incrementar a tecnologia em áreas menores. Mas, em nosso País, sempre na carona de uma agricultura já bastante tecnificada”, indica o sindicato.
No entanto, o Brasil deve ganhar um certo estímulo nesta questão, já que o País irá publicar em breve uma regulamentação específica para drones de pulverização em lavouras, a chamada Instrução Normativa (IN) dos Drones. Isso com a participação, desde então, do Sindag e do Instituto Brasileiro da Aviação Agrícola (Ibravag), além de representantes da indústria dos chamados veículos aéreos não tripulados (vants) – ou aeronaves remotamente tripuladas (RPAs, na sigla em inglês), como a ferramenta é referida no projeto do Mapa.
Segundo o governo chinês, entre 2007 e 2017, a população rural diminuiu 17,4%, enquanto a população total de idosos no campo aumentou em 47,9%. Ou seja, foi o envelhecimento da população rural que obrigou os chineses a buscarem novas alternativas para conseguir continuar produzindo alimentos em larga escala.
“Desde então, a aquisição e drones conta com subsídios dos governos central e das províncias. Atitude que busca, de quebra, incentivar os mais jovens a permanecerem ou voltarem para as lavouras. Segundo o estudo da Consultoria Ipsos, enquanto um agricultor com pulverizador costal consegue abranger no máximo 0,1 hectare por hora, no mesmo tempo o drone consegue cobrir até 13 hectares”, conclui.