Brasil terá que exportar muito milho durante segundo semestre
Os preços internos no segundo semestre podem apresentar um desconto sobre a paridade de exportação
A primeira projeção do USDA para a safra 2023/24 trouxe aumento dos estoques americano e global do cereal. Para a safra mundial de milho 2023/24, o USDA trouxe aumento da produção mundial em 6%, para 1,22 Bi t, elevação do consumo em 3%, para 1,19 Bi t e aumento também do estoque final do cereal, para 313 MM t (+5%). O aumento da produção nos principais exportadores globais (BRA, EUA e ARG), sugere maior disponibilidade para exportação do cereal.
Conforme dados divulgados pela consultoria Agro Itaú BBA, o Brasil terá que exportar muito milho durante o segundo semestre. Até abril, de acordo com a Secex, foram embarcadas 4 MM t do cereal (ano comercial fev-jan) e a expectativa é de uma exportação que pode chegar a 53 MM t. Os preços internos no segundo semestre podem apresentar um desconto sobre a paridade de exportação, dado o cenário de grande produção e a necessidade do milho brasileiro ficar competitivo nomercado internacional.
Os primeiros casos de gripe aviária em avessilvestres foram confirmados no Brasil. A doença passou a ser um ponto de atenção também para o mercado de milho. Hoje, existem casos da doença entre aves de todos os continentes. Para o controle, em caso de confirmação de casos em granjas comerciais, o abate sanitário é o principal manejo. Abates sanitários em larga escala reduziriam o consumo de milho dos rebanhos comerciais e isso traria impacto negativo adicional para os preçosinternos do cereal.
Podemos ver queda na área de milho verão do próximo ano. Ainda não há consenso sobre a tendência de redução de área de milho verão na safra 2023/24, no entanto, o cenário de preços baixos e rentabilidade menor para o cereal, pode trazer reflexos negativos para a área de milho 1ªsafra, favorecendo a elevação da área de soja.