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Brasil pode ter 15% das exportações de hidrogênio de baixo carbono

Demanda local ainda poderá chegar a 1,5 milhões de toneladas de LC H2 nos próximos 7 anos



Foto: Pixabay

O hidrogênio de baixo carbono (LC H2) surgiu como uma solução promissora com o potencial de transformar a indústria de energia e desempenhar um papel crucial na transição para um futuro mais sustentável. Além disso, ele está se destacando como uma alternativa inovadora nos setores industrial, de transporte e construção. O estudo "Unleashing Brazil's Low Carbon Hydrogen Potential," apresentado durante o Brazil Climate Summit 2023 e desenvolvido pelo Boston Consulting Group (BCG), revela o potencial do Brasil nessa corrida global. O estudo estima que o país pode conquistar uma parcela significativa, entre 10% e 15%, das exportações globais de hidrogênio de baixo carbono até 2030, principalmente para o mercado europeu.

"O Brasil já produz energia limpa a baixo custo e possui um grande potencial de escalabilidade. Nossa matriz energética é interconectada, o que nos permite aproveitar melhor os recursos, em conformidade com as diretrizes da União Europeia. Além disso, cerca de 92% do Sistema Interligado Nacional (SIN) é alimentado por fontes de energia limpa. Isso nos coloca em uma posição vantajosa para liderar a produção de hidrogênio de baixo carbono em relação a muitos outros países", afirma Arthur Ramos, diretor executivo e sócio do BCG, responsável pela área de Clima e Sustentabilidade no Brasil.

Ao mesmo tempo, setores que estão começando a reduzir suas emissões de carbono apresentam uma demanda potencial considerável, que poderia estimular a produção local de hidrogênio de baixo carbono. Por exemplo, no setor de transporte de longa distância, o uso de combustíveis com menor pegada de carbono é fundamental para reduzir as emissões de gases de efeito estufa, mesmo diante das necessidades de modernização das infraestruturas aéreas, ferroviárias, navais e viárias. No agronegócio, o Brasil é um grande importador de fertilizantes, e o hidrogênio com baixa emissão de carbono pode ajudar a reverter essa tendência. A produção de fertilizantes a partir de amônia mais sustentável pode desempenhar um papel importante no desenvolvimento de uma indústria local competitiva.

O estudo também aponta que a demanda local por LC H2 pode chegar a 1,5 milhões de toneladas até 2030. Globalmente, diferentes cenários indicam um potencial de produção de 340 a 530 milhões de toneladas até 2050, e o BCG sugere que o Brasil poderia ser o terceiro país com o melhor custo-benefício para fornecer LC H2 à Europa, ficando atrás apenas dos Estados Unidos (pós-IRA) e Canadá.

Para alcançar esse potencial, a consultoria enfatiza que é essencial uma ação governamental assertiva com políticas públicas que promovam a competitividade global. O Brasil já possui o Programa Nacional de Hidrogênio, criado em 2022, que estabelece diretrizes e um plano de trabalho com passos concretos para tornar as ambições do Brasil mais claras nesse setor. Os principais atores já estão avançando com projetos iniciais para o desenvolvimento de hidrogênio verde no Brasil, e várias regiões industriais têm potencial para se tornarem centros de produção com baixa emissão de carbono, possivelmente organizados em 3-5 hubs industriais.

"Já possuímos uma matriz energética limpa e altamente competitiva. Ao avançarmos na produção de LC H2, estaremos impulsionando um novo ciclo industrial verde que colocará o Brasil como um grande player global", acrescenta o executivo do BCG.

Outras conclusões sobre o hidrogênio de baixo carbono podem ser encontradas no estudo completo, em inglês, disponível no site do BCG. As informações foram divulgadas por Boston Consulting Group

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