Brasil pode ampliar exportações de superalimentos
Os feijões, as lentilhas, o grão-de-bico e o gergelim são conhecidos como “superalimentos”
O consumo global de proteínas alternativas às carnes está previsto para experimentar um crescimento substancial até 2030, com feijões, lentilhas, grão-de-bico e gergelim, conhecidos como “superalimentos”, emergindo como protagonistas nas dietas em todo o mundo, de acordo com informações da ApexBrasil. Segundo a Bloomberg, o mercado desses "superalimentos" pode atingir a marca de US$ 162 bilhões até o final desta década.
Em Brasília, exportadores e importadores do setor se reuniram para a segunda edição do Brazil SuperFoods Summit, organizado pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil) em parceria com o Instituto Brasileiro de Feijão e Pulses (IBRAFE). O evento, que ocorreu nos dias 2 e 3 de abril, reuniu representantes de 12 países para discutir o futuro do Brasil como fornecedor desses alimentos altamente nutritivos.
Segundo a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos, durante o evento, os presidentes da ApexBrasil, Jorge Viana, e do IBRAFE, Marcelo Lüders, anunciaram um novo convênio entre as entidades para promover a internacionalização do setor. “Quando a gente firma convênios, o comércio exterior cresce. Atualmente nós estamos 500 mil toneladas [na produção de feijões] atrás do que já estivemos, então há muito o que crescer. Precisamos explorar mais todo esse potencial, que é extraordinário”, destacou Viana.
Apesar de o Brasil já ser o segundo maior produtor mundial de feijões secos, com 2,8 milhões de toneladas em 2022, atrás apenas da Índia, há um grande potencial de crescimento na produção e exportação desses alimentos. Em 2023, as vendas internacionais ficaram em US$ 127 milhões, abaixo do recorde de US$ 212 milhões registrado em 2021.
O objetivo da parceria é expandir o mercado de exportação dos pulses e colheitas especiais brasileiras, desde os tradicionais feijões até o inovador gergelim. A meta para 2025 é que as empresas participantes alcancem US$ 260 milhões em exportações do setor, com a realização de feiras, missões e eventos no Brasil e na Ásia, principal mercado consumidor desses produtos.
Bimal Kothar, presidente da associação de pulses e grãos da Índia, participou do Summit em busca de fornecedores brasileiros para atender à crescente demanda de consumo na Índia. Segundo ele, a Índia é a maior consumidora mundial de pulses, com importações que totalizaram cerca de 4 milhões de toneladas em 2023. “Se os fazendeiros brasileiros produzirem mais pulses, terão mercado na Índia. O valor pode chegar a mais de US$ 1 bilhão, porque a Índia pode facilmente importar mais de 1,5 milhões de toneladas do Brasil. Já é uma grande quantidade e vai haver ainda mais oportunidades no futuro, porque o consumo está crescendo. O nível de renda na Índia está aumentando. Nós seremos a terceira maior economia do mundo até 2030, com uma população de 1,4 bilhão, então precisaremos de muito alimento”, explicou Kothar.