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Brasil negocia a venda de carne aos americanos


O Brasil pretende começar a exportar carne bovina "in natura" para os Estados Unidos a partir de abril de 2004. A meta é atingir um mercado próximo a 40 mil toneladas por ano. Ontem, encerrou a vistoria da missão daquele país que estava verificando as condições sanitárias do rebanho e dos abatedouros brasileiros. Os norte-americanos estão preocupados com os focos de febre aftosa na Bolívia e no Paraguai.

O Brasil solicitou um limite entre 20 mil e 60 mil toneladas, mas especialistas da área acreditam que o volume será uma média entre os dois. Atualmente, o País exporta para os Estados Unidos apenas carne industrializada - foram US$ 118,7 milhões no ano passado. "O que interessa é o reconhecimento da certificação do sistema de defesa veterinária", avalia Jamil Souza, diretor substituto do Departamento de Defesa Animal do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.

Esta foi a terceira visita da missão norte-americana que está fazendo a análise de risco para a febre aftosa do rebanho brasileiro. Os técnicos vão elaborar brevemente um relatório sobre o diagnóstico, com previsão de liberação do mercado no ano que vem. No entanto, a equipe mostrou-se preocupada com os focos de aftosa no Paraguai e na Bolívia, recomendando maior vigilância.

"Temos como controlar. A melhor solução é o Brasil incorporar a vacinação nesses países", diz Antenor Nogueira, presidente do Fórum Permanente de Pecuária de Corte da Confederação de Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). O diretor da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec), Antônio Camardelli, não acredita que a aftosa possa afetar, pois nos últimos anos o País conseguiu incorporar novas áreas livre da doença.

"Quando se consegue vender para um mercado extremamente exigente como o americano, seguramente abrem-se portas para o México, Canadá e países asiáticos", diz Souza. Opinião semelhante tem Camardelli, pois junto com Rússia e Japão, os EUA respondem por 50% das importações mundiais de carne.

O processo de abertura do mercado daquele país iniciou-se em 1999, mas foi interrompido devido ao foco de febre aftosa em Jóia (RS), em agosto de 2000.

A retomada das negociações ocorreu em abril do ano passado, quando o Brasil enviou às autoridades norte-americanas os documentos referentes à análise de risco sanitário. Em novembro de 2002, uma equipe do Nafta esteve no País iniciando o estudo desta análise de risco, que se conclui agora.

Na visita atual, o grupo vistoriou frigoríficos em Mato Grosso do Sul e Goiás e o sistema de vigilância da fronteira no Rio Grande do Sul e Rondônia. Com a aprovação, o Brasil terá 84% de seu rebanho - 183 milhões de cabeças - apto a exportar aos EUA, ou seja, os estados do Sul, Sudeste, Centro-Oeste, Bahia, Sergipe, Tocantins e Rondônia.

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