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Brasil lidera produção e consumo de biocontrole: um olhar sobre o crescimento sustentável na agricultura

Estudo destaca as razões que levaram o país a essa posição de liderança global


Foto: Divulgação

O Brasil, já conhecido por sua vasta produção agrícola, agora emerge como o maior produtor e consumidor de agentes de biocontrole no mundo, conforme divulgado em um artigo publicado na Embrapa. O estudo, conduzido pelos pesquisadores Wagner Bettiol, da Embrapa Meio Ambiente, e Flávio H. V. de Medeiros, da Universidade Federal de Lavras, destaca as razões que levaram o país a essa posição de liderança global.

De acordo com os autores, três fatores principais impulsionaram o crescimento do biocontrole no Brasil: a grande área cultivada, a ocupação contínua dessas terras e as condições climáticas favoráveis. “Esses elementos combinados criam um ambiente propício tanto para o desenvolvimento das culturas quanto para a proliferação de pragas, tornando o biocontrole uma estratégia essencial para o manejo sustentável”, explicam Bettiol e Medeiros.

Histórico e evolução do biocontrole no Brasil

O artigo destaca que a história do biocontrole no Brasil é antiga, remontando à década de 1960, com o uso pioneiro de fungos e vírus para o controle de pragas em culturas como a cana-de-açúcar e a soja. “O sucesso dessas práticas ao longo das décadas subsequentes não só incentivou novas pesquisas, mas também estimulou investimentos significativos na área”, afirmam os pesquisadores.

Um marco importante ocorreu no início dos anos 2000, quando a regulamentação brasileira para o registro de produtos biológicos foi aprimorada, facilitando o processo e incentivando a adoção desses agentes de controle por agricultores. Esse movimento foi crucial para o crescimento do mercado de bioprodutos, especialmente no controle de nematoides, onde o biocontrole superou o uso de nematicidas químicos, dominando o mercado brasileiro.

Desafios e perspectivas futuras

Apesar do sucesso, os autores destacam desafios importantes para o futuro do biocontrole no Brasil. “Há uma necessidade urgente de desenvolver bioherbicidas e de aprimorar o controle de doenças foliares como a ferrugem asiática da soja e a ferrugem do cafeeiro”, observam. Além disso, a adaptação de novos agentes de biocontrole ao clima tropical e às mudanças climáticas é fundamental para manter a eficácia dessas práticas.

Outro ponto crítico é a capacitação dos profissionais envolvidos nas cadeias produtivas. “A educação e o treinamento são essenciais para garantir a disseminação e o uso eficaz do biocontrole em larga escala”, ressaltam Bettiol e Medeiros.

Com a crescente adoção do biocontrole no Brasil, o país consolida sua posição como líder global na produção sustentável de alimentos. O artigo, divulgado pela Embrapa, reforça a importância de continuar investindo em inovação e capacitação para garantir que o Brasil continue a ser um exemplo de sucesso no manejo integrado de pragas.

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