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Brasil inova com usina de etanol de trigo

O primeiro módulo da usina, já construído, processará 26 mil toneladas de trigo


O Rio Grande do Sul apresenta um excedente na produção de grãos O Rio Grande do Sul apresenta um excedente na produção de grãos - Foto: Canva

A cidade de Santiago, no Rio Grande do Sul, será o lar da primeira usina de etanol de trigo do Brasil, com operações previstas para o início de 2024. A planta, fruto de um investimento de R$ 75 milhões da CB Bioenergia e R$ 35 milhões em incentivos fiscais do governo estadual, terá uma capacidade de produção anual de 12 milhões de litros de biocombustível, utilizando trigo, centeio, cevada e milho como matérias-primas. Este empreendimento promete ser um marco significativo na economia regional, trazendo impactos positivos para diversos setores.

O primeiro módulo da usina, já construído, processará 26 mil toneladas de trigo por ano, gerando 10 milhões de litros de etanol e 8 mil toneladas anuais de ração DDG (grãos secos por destilação) para alimentação animal. Além de fortalecer a produção de grãos no estado, a usina terá um papel crucial no impulso da aviação agrícola, contribuindo para a sustentabilidade e competitividade da agropecuária local. A usina se insere em um contexto onde o Rio Grande do Sul se destaca como o maior produtor de trigo do país, com 1,5 milhão de hectares dedicados à cultura, e também na produção de milho, com mais de 7 milhões de toneladas colhidas em 840 mil hectares.

A viabilidade do projeto é reforçada pela análise de Luiz Pacheco, da TF Agroeconômica, que destaca que a usina não deverá impactar negativamente a oferta de alimentos no estado. O Rio Grande do Sul apresenta um excedente na produção de grãos, com uma colheita anual entre 3,8 e 4,8 milhões de toneladas, enquanto o consumo interno é de cerca de 2,1 milhões de toneladas para moagem, além de 180 mil toneladas destinadas a sementes. Pacheco aponta que, embora a nova usina possa eventualmente reduzir as exportações ou a venda para outros estados, a tendência é que outras regiões, como São Paulo, Minas Gerais e Goiás, se abasteçam com seus próprios excedentes, mesmo em anos de produção reduzida devido a condições climáticas adversas.
 

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