Brasil exporta para Índia programa de manejo seguro de agroquímicos
IAC-Quepia diminuiu reprovações de EPI agrícolas para menos de 20%
O Programa IAC de Qualidade de EPI/Vestimentas Protetivas Agrícolas (Quepia) foram apresentados no 15º Congresso Internacional de Proteção de Plantas. O encontro, parte do “IUPAC” 2023, sobre química na agricultura, ocorreu na cidade indiana de Nova Delhi e reúne profissionais e empresas de todo o mundo.
Na ocasião, os pesquisadores Hamilton Ramos e Viviane Aguiar Ramos tratam também de tendências globais relacionadas à confecção de EPI. EPI ou vestimentas protetivas agrícolas constituem equipamentos desenvolvidos com vistas à proteção do trabalhador rural que exerce a atividade de aplicador de agroquímicos ou defensivos agrícolas: calças, aventais, camisas, respiradores, luvas, bonés, viseiras, óculos e outros itens.
Nascido há 17 anos, por meio de uma parceria entre o Centro de Engenharia e Automação (CEA), do Instituto Agronômico (IAC) e um grupo de empresas, o IAC-Quepia já transferiu ao campo benefícios como o de impulsionar o avanço tecnológico gradual dos EPI, além de auxiliar a indústria do setor a buscar certificações baseadas em normas da ISO – International Standartization Organization -, segundo informam os pesquisadores.
“Quando da criação do programa, nem sequer havia no Brasil normas técnicas que ancorassem análises de qualidade e atestassem a segurança de EPI”, frisa Hamilton Ramos, coordenador e idealizador do IAC-Quepia.
Sede do programa desde o início, o CEA-IAC, órgão da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de SP, sediado em Jundiaí, mantém atualmente um dos laboratórios mais avançados do mundo para avaliar EPI, conforme Ramos.
Em torno de R$ 500 mil, ele acrescenta, foram investidos no local nos últimos anos, com recursos captados junto a empresas do agro. Nesse laboratório, segundo Ramos, são avaliados hoje em dia, “até o limite da vida útil”, parâmetros de segurança, permeabilidade, resistência e qualidade de tecidos de EPI, entre outros.
“EPI aprovados recebem o ‘Selo IAC-Quepia’. Este selo, por sinal, se converteu num aval de qualidade hoje pleiteado e exibido por fabricantes com reputação de credibilidade.” Na visão do mercado, observa Ramos, o selo IAC-Quepia “auxilia na segregação de EPI impróprios e abre mercado a produtos certificados.”
Ainda de acordo com ele, a consolidação do IAC-Quepia no agro contribuiu para reduzir reprovações de qualidade de EPI agrícolas fabricados no Brasil, que eram da ordem de 80% do total dos testes, em 2010, para menos de 20% nos dias de hoje.