Brasil deve plantar menos trigo em 2024
Na safra 2022/23, a falta de utilização do mercado futuro para fixação de preços foi destacada
Os produtores brasileiros, desencorajados pelos preços baixos e adversidades climáticas, planejam diminuir a área de cultivo de trigo em 2024, segundo informações divulgadas pela Luiz Carlos Pacheco, Analista do Mercado de Commodities e CEO da TF Agroeconômica.
“A cobertura das vendas de trigo no mercado futuro de Chicago teria obtido preços altamente lucrativos para os produtores, mesmo para o trigo estragado pela chuva e, com isto, teriam motivação para plantar a mesma área ou até aumentá-la, evitando os prejuízos mencionados na parte anterior”, diz.
Na safra 2022/23, a falta de utilização do mercado futuro para fixação de preços foi destacada. Se adotada em 2 de novembro de 2023, essa abordagem poderia proporcionar até R$ 27,00 a mais por saca aos triticultores, cooperativas e cerealistas. Isso resultaria em benefícios expressivos, incluindo o dobro do preço atual para o trigo pão, atingindo R$ 112,00/saca, com lucro de 106,64% sobre os custos de produção.
Para o trigo feed, o preço poderia chegar a R$ 70,59/saca, representando um aumento de 63,44%, com lucro de 29,52% sobre os custos de produção. Esses retornos financeiros poderiam evitar a redução da área de cultivo na safra 2024, mantendo o programa de autossuficiência do trigo e reduzindo a necessidade de intervenção governamental com programas como PEP e PEPRO.
“O que faltou, na safra 2022/23, foi o uso do mercado futuro como ferramenta de fixação de preços. Se os triticultores, suas cooperativas e cerealistas tivessem usado o mercado futuro na safra 23/23, em 02 de novembro de 2023, poderiam estar recebendo R$ 27,00/saca a mais do que estão recebendo hoje”, conclui.