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Branding: A nova rota das commodities

Narrativas bem elaboradas também desempenham um papel crucial na construção de marcas


A diferenciação começa com um propósito claro e forte A diferenciação começa com um propósito claro e forte - Foto: Divulgação

Ana Couto, CEO da agência anacouto e da plataforma LAJE, traz uma visão instigante sobre o branding em torno de commodities como café, açúcar e cacau, setores tradicionalmente focados na exportação e muitas vezes subjugados ao status de produtos básicos. Segundo Ana, embora a construção de marcas para commodities seja desafiadora, devido à natureza essencialmente uniforme desses produtos e à dependência dos mercados internacionais, não é impossível agregar valor por meio do branding. Afinal, o branding trata da criação de valor, alinhamento de marca e comunicação, que podem transformar commodities em produtos desejados pelo consumidor.

A diferenciação, segundo Ana Couto, começa com um propósito claro e forte, capaz de envolver os consumidores e gerar valor real. Ela cita uma pesquisa da Accenture Strategy, que revela que 64% dos consumidores globais são atraídos por marcas que comunicam ativamente seu propósito, enquanto 52% preferem marcas que se alinham com seus valores pessoais. Portanto, mesmo em um cenário onde o preço das commodities é determinado globalmente, a criação de uma marca robusta pode transformar esse panorama, permitindo a cobrança de preços premium e gerando margens de lucro mais amplas para os produtores.

Narrativas bem elaboradas também desempenham um papel crucial na construção de marcas para commodities. A origem do produto, como o café da Colômbia ou o chocolate belga, pode agregar valor significativo, passando uma imagem de credibilidade e qualidade. Além disso, experiências de compra diferenciadas, como as oferecidas por Nespresso e Starbucks, elevam produtos básicos a um novo patamar de desejo e prestígio. Ana também menciona o exemplo do sal do Himalaia, que, através de uma narrativa de pureza natural e antiga, justifica um preço premium e engaja emocionalmente os consumidores.

Ana Couto conclui que, embora transformar commodities em marcas de sucesso não seja fácil, o poder do branding é inegável. O público está aberto a se identificar com qualquer tipo de produto, desde que seja bem trabalhado em termos de design, narrativa e propósito, mostrando que até mesmo uma commodity pode se tornar um artigo de luxo.
 

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