Boletim Focus diminui estimativa do PIB e IPCA para 2023
Banco Central aponta tendência de estabilidade na economia a curto prazo
Por Luiz Antonio Pinazza
Engenheiro Agrônomo - agronegócio e sustentabilidade
Colaboração Aline Merladete
A pesquisa mais recente elaborada pelo Banco Central trouxe um sinal de alerta, marcando a primeira redução em seis meses na estimativa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) para 2023. Embora a queda seja modesta, passando de 2,92% para 2,90% (-0,2%), essa diminuição levanta preocupações para o governo nos meses vindouros. O crescimento surpreendente deste ano, impulsionado pela safra recorde na agropecuária, não deverá se repetir em 2024.
No mesmo boletim, pela terceira vez consecutiva, observamos uma diminuição nas projeções para a taxa de inflação, que agora se situa em 4,65% para 2023, contra os 4,755% anteriores. Dentro dessa faixa, o índice oficial de preços do país permanece alinhado com a meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) para 2023, que é de 3,25%, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima (4,75%) e para baixo (3,25%). Essa meta, estabelecida em 2020, não foi atingida nem em 2021 nem em 2022.
As expectativas do mercado permaneceram inalteradas em várias áreas-chave: a taxa básica de juros (Selic) em 2023 (11,75%), 2024 (9,00%) e 2025 (8,5%); e a taxa de câmbio, com o dólar estimado em 2023 (R$5,00), 2024 (R$5,05) e 2025 (R$5,10).
No cenário internacional, as economias desenvolvidas, como os Estados Unidos e a União Europeia, estão enfrentando pressões inflacionárias, que agora são agravadas pela tensão no conflito entre Hamas e Israel na Faixa de Gaza, o que pode manter as taxas de juros em níveis elevados.
Na próxima semana, está programada a 258ª reunião do Comitê de Política Monetária (COPOM), que ocorrerá nos dias 31 de outubro e 01 de novembro. A expectativa é de que o comitê mantenha a trajetória de redução da taxa de juros Selic, com uma diminuição de 0,5 ponto percentual. O último encontro do ano está marcado para dezembro (12 e 13/12). Com o cenário de uma política monetária mais restritiva e a desaceleração da inflação, é provável que os membros do comitê sigam a mesma linha adotada nas reuniões anteriores.