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Biossensor pode facilitar cultivo do café

“Nessa plataforma física uma molécula biológica é imobilizada, que pode ser um anticorpo, como nesse caso"



Foto: Pixabay

Pesquisadores do Instituto de Física de São Carlos (IFSC) da USP, em parceria com a Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) e a Universidad del Norte (Colômbia), criaram um biossensor para detectar a presença da ocratoxina (OTA) nos grãos de café. Essa toxina, produzida por fungos presentes nos grãos, é potencialmente cancerígena e representa riscos para a saúde humana e animal. O biossensor desenvolvido permite uma detecção precisa da OTA, proporcionando maior segurança na produção e consumo do café.

Biossensores são dispositivos analíticos que convertem eventos biológicos em sinais mensuráveis. Pesquisadores desenvolveram um biossensor capaz de detectar e quantificar a presença da ocratoxina no café. Esse biossensor utiliza moléculas biológicas, como anticorpos, para interagir especificamente com a ocratoxina. Essa tecnologia oferece uma abordagem precisa para medir a quantidade dessa toxina na produção de café.

“Nessa plataforma física uma molécula biológica é imobilizada, que pode ser um anticorpo, como nesse caso. Essa biomolécula vai ser selecionada especificamente para poder interagir com aquela molécula-alvo, que é a ocratoxina”, explica Valtencir Zucolotto, coordenador do Grupo de Nanomedicina e Nanotoxicologia (GNano) do IFSC da USP, ao Jornal da USP.

O Brasil é o maior exportador de café do mundo, com mais de 35 milhões de sacas exportadas em 2022 para mais de 122 países. A arrecadação com a commodity atingiu níveis recordes, mostrando um aumento de 46% em relação ao ano anterior. Além disso, o Brasil se destaca como um dos principais exportadores de cafés especiais, que são avaliados com uma pontuação superior a 80 na escala SCA.

A União Europeia, um dos principais compradores do café brasileiro, implementou regulamentações para controlar os níveis de ocratoxina nos alimentos. O desenvolvimento de um biossensor é crucial para monitorar a presença dessa toxina, garantindo a segurança alimentar e o cumprimento das regulamentações internacionais, agregando maior valor ao café brasileiro no mercado global.

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