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Bioinseticida tem alto controle da lagarta-do-cartucho

Produto usa microorganismos e controla de forma eficiente a praga



Foto: Eliza Maliszewski

Um novo bioinseticida promete alta taxa de conrole da lagarta-do-cartucho (Spodoptera frugiperda). Formulado a base de um vírus, o chamado BaculoMip SF, é fruto de uma parceria público-privada formada entre a Embrapa e a empresa Promip e é indicado para todas as culturas atacadas por esse inseto. A lagarta-do-cartucho é uma das principais pragas do milho e atinge outras culturas importantes, como a  soja, atacando ainda mais de 100 espécies, entre cereais, hortaliças e frutas. 

O inseticida microbiológico é composto pelo vírus entomopatogênico Baculovirus spodoptera multiple nucleopolyhedrovirus (SfMNPV) e atinge somente o alvo, não sendo prejudicial para outros insetos, humanos ou meio ambiente e não deixa resíduos. Por isso também é indicado para agricultura orgânica.

“O produto deve ser aplicado preferencialmente nas horas mais frescas do dia, como no início da manhã ou após as 16h. E o agricultor precisa sempre fazer uso de um espalhante adesivo, para ter uma aplicação uniforme e atingir o alvo”, orienta Fernando Hercos Valicente, pesquisador da Embrapa Milho e Sorgo (MG).

O pesquisador explica que o baculovírus age após a lagarta ingeri-lo, quando é pulverizado sobre as folhas. O inseto tem de raspar a planta para se tornar infectado, e, quando isso ocorre, a lagarta reduz sua alimentação em até 93%. Após ingerir o baculovírus, a lagarta demora em torno de cinco dias para morrer, porém, a partir de 48 horas, ela diminui a alimentação. Uma inovação importante do novo produto é o fato de o baculovírus empregado romper o tegumento da lagarta, o que faz com que o inseto morto propague o vírus para outras Spodoptera frugiperda presentes na lavoura. O produto será lançado nesta terça-feira (19).

Características do BaculoMip SP

Comercializado na formulação pó molhável (WP) em frascos de 500 g e 1 kg.

As embalagens contam com lacre inviolável, para garantir ao agricultor a entrega de um produto com todo o seu potencial biológico.

A lagarta morta pelo BaculoMip (foto à direita) libera novas partículas virais na lavoura, que irão reinfectar outras lagartas (o vírus se reproduz nas lagartas mortas que se liquefazem).

Em experimentos, apresentou eficácia em populações de lagartas resistentes a tecnologias OGM presentes no mercado (plantas transgênicas).

Não mata outros inimigos naturais da praga, tendo então sinergia com os parasitoides naturais existentes nas lavouras.

Em associação com outras tecnologias de controle biológico (como a vespa Thrichogramma) tem mostrado alta taxa de mortalidade da praga.

Produto pode ser mantido em temperatura ambiente, não necessitando de congelamento, alcançando um ano de vida útil na prateleira.

Uma embalagem de 1 kg de BaculoMip é suficiente para cobrir 20 hectares (dose de 50 g/ha).

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