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Bicudo é principal causa de apodrecimento das maçãs do algodoeiro

O bicudo do algodoeiro é responsável por causar grandes danos nas plantações


Foto: Pixabay

Em fevereiro de 1983 , a cidade de Campinas, no estado de São Paulo, testemunhou o primeiro registro da presença do bicudo do algodoeiro (Anthonomus grandis) em plantações no Brasil, conforme relatos da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). Desde então, essa espécie de besouro tem sido uma fonte persistente de dor de cabeça para os agricultores de todo o país, resultando em sérios prejuízos econômicos.

O bicudo do algodoeiro é responsável por causar grandes danos nas plantações, especialmente durante o período de formação de maçãs do algodoeiro, onde amadurecem as fibras. Um levantamento recente da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) revelou que 100% da área cultivada de algodão já está nessa fase crucial. Segundo especialistas, como Hudson Heinz, da ORÍGEO, empresa de soluções agrícolas, o manejo adequado do bicudo durante esse período é essencial para garantir a qualidade das fibras, a produtividade e a rentabilidade das lavouras.

A não realização do controle adequado dessa praga pode resultar em perdas impressionantes, estimadas em até 75% da produção de fibras, de acordo com a Embrapa. Considerando o Valor Bruto da Produção do algodão em março de 2024, que alcançou R$ 31,5 bilhões, o prejuízo potencial causado pelo bicudo poderia ultrapassar os R$ 23,5 bilhões. Esse impacto não se limitaria apenas aos produtores, mas também afetaria toda a cadeia de produção de derivados do algodão, levando a uma escalada nos preços.

Ao longo das últimas décadas, o Brasil passou de grande exportador a importador de algodão devido à incidência do bicudo do algodoeiro. No entanto, avanços no manejo fitossanitário resultaram em melhorias. Entre 2013 e 2023, as exportações brasileiras de algodão praticamente triplicaram, ultrapassando 1,6 milhão de toneladas, conforme dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços.

Especialistas agronômicos como Heinz destacam a importância de soluções eficazes no controle do bicudo, como o acetamiprido e a bifentrina. Produtos como Sperto, desenvolvido pela UPL, têm se mostrado eficazes no combate ao inseto, oferecendo um amplo espectro de ação contra outras pragas, como a mosca-branca e o pulgão-do-algodoeiro. Testes realizados em campo e relatos de agricultores demonstram que essa combinação de moléculas é uma ferramenta valiosa na busca por controle efetivo e na rotação de mecanismos de ação.

Diante da ameaça persistente representada pelo bicudo do algodoeiro, a adoção de estratégias de manejo eficazes é crucial para garantir a sustentabilidade e a competitividade do setor algodoeiro brasileiro.

Com informação da assessoria*

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