Barter: Estratégia crucial na safra de grãos 2024/25
No milho, a demanda interna segue aquecida
A safra de grãos 2024/25 no Brasil se destaca pela produção robusta de soja e preços favoráveis para o milho, mas também traz desafios, como a oferta superior à demanda no caso da soja e gargalos logísticos. O Barter surge como uma alternativa estratégica para garantir insumos e reduzir riscos financeiros.
Apesar de boas condições climáticas, algumas regiões enfrentam seca, o que afeta a qualidade dos grãos, como no Rio Grande do Sul e no Paraná.“O produtor está diante de uma safra cheia, mas precisa lidar com preços menores devido à alta oferta e ao recuo do dólar, que já está na casa dos R$5,90. Além disso, os gargalos logísticos no auge da colheita encarecem o transporte e reduzem a margem de lucro no campo”, explica Christian Queiroz, analista de Operação Estruturadas da ADAMA.
“O Barter é essencial nesse momento porque permite travar os custos com insumos antes que os preços caiam ainda mais. Assim, o agricultor reduz sua exposição às volatilidades do mercado e garante maior segurança financeira”, acrescenta.
No milho, a demanda interna segue aquecida, com preços elevados, especialmente pela indústria de ração animal e etanol. Queiroz destaca que, neste caso, o Barter pode ajudar a reduzir os riscos e garantir maior previsibilidade, mesmo com o crédito restrito e juros elevados.
A competitividade da Argentina, com a redução das taxas de exportação, pode pressionar os preços das commodities brasileiras. Além disso, as intenções de plantio nos EUA, divulgadas pelo USDA em março, também podem impactar o mercado. O Barter se consolida como uma ferramenta estratégica para o produtor navegar as incertezas e garantir segurança financeira.