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Balança agrícola atinge novo recorde



Saldo é de US$ 16,1 bilhões; soja é o principal item das exportações, com participação de 30%. Pela primeira vez na história, o Brasil deve passar os Estados Unidos nas exportações mundiais do complexo soja (grão, óleo e farelo). O País deverá embarcar US$ 8 bilhões neste ano, bem à frente dos US$ 7,2 bilhões previstos para os EUA. No ano passado, as exportações brasileiras ficaram em cerca de US$ 6 bilhões e as norte-americanas, em US$ 7 bilhões. Com o bom desempenho deste ano, o complexo soja será responsável, sozinho, por 12% do total das vendas externas brasileiras.

"O aumento da receita é explicado pelo fato de o Brasil ter exportado mais semi-elaborados (farelo e óleo) e os EUA, mais grãos", diz Antonio Donizeti Beraldo, chefe do Departamento de Assuntos Internacionais e Comércio Exterior da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). A soja é um dos principais itens da pauta de exportações e uma das grandes responsáveis pelo superávit da balança comercial brasileira.

Mais uma vez, o agronegócio confirma sua posição de peso. Entre janeiro e agosto, a balança agropecuária registrou saldo recorde de US$ 16,15 bilhões, desempenho 38,4% superior em relação ao apurado em igual período de 2002. As exportações cresceram 31,2%, para US$ 19,25 bilhões. Já as importações aumentaram 3,2%, para US$ 3,1 bilhões com compras de arroz, trigo e algodão.

Dessa forma, os produtos agropecuários responderam por 42,3% das exportações brasileiras, elevando sua participação em relação aos 39,7% verificados em 2002.

Para Beraldo, o superávit comercial do agronegócio deve alcançar US$ 23 bilhões neste ano. As vendas externas podem chegar a US$ 27 bilhões e as importações, a quase US$ 4 bilhões.

"As vendas externas de produtos agrícolas vêm crescendo de forma generalizada", afirma o economista. No complexo carne, as exportações de frango aumentaram 35%, por exemplo. O mesmo ocorreu com o café (mais 18%), peixes (mais 24%, com destaque para o camarão) e o suco de laranja (19%). "O câmbio está favorável às exportações, e o consumo vem crescendo, sobretudo no caso da soja", diz Beraldo.

Nos oito primeiros meses, as vendas do complexo carnes (frango, suínos e boi), totalizaram US$ 2,44 bilhões, resultado 29,7% maior que o verificado em 2002.

Na carne bovina, o Brasil já se firmou como líder das exportações mundiais, desbancando Austrália e Estados Unidos. Entre janeiro e agosto, os embarques totalizaram 820 mil toneladas, ou 40,5% maiores que o apurado em 2002. As receitas geradas foram 31% maiores, de US$ 892,3 milhões. No ano, as vendas poderão chegar a 1,4 milhão de toneladas, com receitas estimadas em US$ 1,5 bilhão.

"O Brasil vem conseguindo aumentar as vendas sem deprimir os preços", afirma Beraldo. No caso da carne bovina, o preço de exportação subiu 20% de janeiro a agosto. "Com a questão da ‘vaca louca’ na Europa e a seca na Austrália, ampliamos ainda mais os mercados para a carne brasileira", diz.

Complexo soja

A soja continua sendo a faceta mais visível do êxito do agronegócio no Brasil. Entre janeiro e agosto, as vendas do complexo soja totalizaram US$ 5,43 bilhões, valor 73,6% acima maior na comparação com igual período de 2002.

As vendas do complexo soja cresceram graças ao aumento da oferta - em 2002/03 a safra foi recorde, de 52 milhões de toneladas - e dos preços internacionais: o preço médio do ano, de US$ 219,7 a tonelada de produtos, é 18,2% maior que o apurado em 2002.

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