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Baixa oferta mundial de suco de laranja

A turbulência no desenvolvimento dos negócios da cadeia produtiva mundial de suco de laranja atinge momentos extremos de incertezas


Foto: Divulgação

A turbulência no desenvolvimento dos negócios da cadeia produtiva mundial de suco de laranja atinge momentos extremos de incertezas. São fracos os sinais para acenar acomodação. O Brasil ocupa posição de amplo privilégio, como líder isolado na produção e exportação desse produto. Cercado de fatores instáveis, em especial de natureza climática e sanitária, ficam incertas as previsões de como o mercado caminhará.

Mais de 90% da matéria prima para fabricação do suco de laranja se concentrava nos Estados Unidos (Florida) e Brasil (São Paulo), no início deste século. A partir daí, os citricultores norte-americanos passaram a enfrentar ocorrência desastrosa dos ciclones (Furacão Vilma em 2000) e a doença fatídica do Greening (2004). Assim, a produção de matéria-prima teve queda livre nos níveis atuais inexpressivos, de 20,5 milhões de caixas na safra 2023/24.

Vale lembrar a pesquisa realizada pela Associação Nacional dos Exportadores de Suco de Sucos Cítricos (CitrusBR). O estudo apurou queda bem significativa no consumo mundial do suco de laranja, de 2004 a 2014. O nível caiu de 2,412 milhões de toneladas para 2,042 milhões (-15,4%), o suficiente para se fabricar com 92,5 milhões de caixas. Mesmo com esse contexto de recessão, a safra nacional de 2011/12 se ampliou para 416,0 milhões de caixas, apesar da capacidade industrial ser suficiente para esmagar 365 milhões de caixas. Assim, milhares de plantas tiveram de ser extraídas.

Na atual safra 2023/24, de julho/2023 a junho/2024, pela quarta vez consecutiva, ocorre redução na oferta da fruta pelo Brasil. As exportações dos primeiros seis meses fecharam com 543.768 toneladas (FCOJ Equivalente a 66º Brix). Em comparação com o ciclo anterior, o volume diminuiu para 543.768 toneladas (-7,25%). Em termos de receita, o valor cresceu de US$ 1,1 bilhão para US$1,3 bilhão (20,7%). As entregas diminuíram nos três principais clientes: Europa, Estados Unidos e Japão.

Os estoques globais baixos de suco de laranja, em função da oferta restrita do Brasil, reforçam a tendência de quantidades embarcadas continuarem em ritmo de diminuição. A demanda pressiona a escassez verificada com o corte de 25% na produção mundial (2,120  milhões de toneladas) da safra 2018/19. As cotações seguem firmes, em disparada para cima. Os valores dobram em relação ao mesmo período do 2022, seja a nível da matéria-prima (R$ 80,00 a caixa), como nas bolsas internacionais (US$3.500 por libra peso). Para a safra 2023/24, esse quadro deverá de manter em condições similares as de últimas temporadas.  

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