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Avanço da colheita americana e dólar forte afetam preço da soja

O mercado de soja iniciou a semana pressionado



Foto: United Soybean Board

O mercado de soja iniciou a semana pressionado por volatilidades internas e externas. Segundo informações divulgadas pela análise de mercado da Grão Direto, enquanto as chuvas começam a se espalhar pelo Brasil, ainda insuficientes em algumas regiões para acelerar o plantio, fatores internacionais, como o avanço da colheita nos Estados Unidos e tensões no Oriente Médio, continuam influenciando as cotações.

O relatório de oferta e demanda apresentou leve queda na estimativa da safra norte-americana, enquanto as projeções para Brasil e Argentina foram mantidas. A colheita nos EUA registrou avanço significativo, 10% acima do mesmo período em 2023 e 13% acima da média dos últimos cinco anos. Esse ritmo acelerado gerou pressão negativa sobre os contratos futuros negociados na Bolsa de Chicago (CBOT).

O contrato para novembro de 2024 fechou a US$10,05 por bushel, recuando 3,18%. Já o contrato para março de 2025 caiu 3,36%, encerrando a semana a US$10,35. No mercado interno, mesmo com a valorização expressiva do dólar para R$5,62 (+2,93%), os preços seguiram em queda, refletindo o cenário internacional.

Previsão climática e perspectivas para o plantio no Brasil

De acordo com o Inmet, as chuvas devem ganhar força na próxima semana, com destaque para volumes mais altos no Rio Grande do Sul. No Mato Grosso, as precipitações serão mais intensas no noroeste, mas com menor abrangência no leste do estado. Essa distribuição deve impulsionar a retomada do plantio da safra 2024/25, que havia sofrido atrasos.

O avanço das condições climáticas é visto como essencial para estabilizar as expectativas do mercado e aumentar o ritmo da semeadura.

Reflexos do cenário geopolítico

Especulações sobre um possível cessar-fogo no Oriente Médio entre Israel e Hezbollah causaram forte oscilação no mercado de commodities. Embora a informação não tenha sido confirmada, a possibilidade de trégua reduziu os preços do petróleo, afetando também a soja. Especialistas, no entanto, alertam que a situação na região permanece volátil, com risco de nova escalada nos próximos dias.

Com o petróleo desempenhando papel central no custo de produção e transporte de insumos agrícolas, o mercado de grãos segue atento às movimentações na região.

Comercialização e projeções futuras

Segundo a plataforma de Inteligência de Mercado da Grão Direto, os meses de junho e julho registraram alta nas vendas de soja para entrega em março de 2025. Agora, observa-se um crescimento nas negociações com vencimento em abril de 2025, impulsionado pelos atrasos no plantio atual.

Espera-se um ritmo maior de comercialização ao longo dos próximos meses, à medida que o plantio avançar. A análise gráfica sugere que, caso o contrato de novembro (X24) da soja na CBOT perca o patamar dos US$10,00 por bushel, os preços podem recuar até as mínimas do ano, próximas de US$9,55. Por outro lado, se o mercado se sustentar acima desse valor, há chance de retestar as máximas de setembro, na faixa de US$10,70.


 

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