Aumento dos juros vai mexer no Dólar: BOA NOTÍCIA?
Aumento nos preços (puxado pela exportação) aumenta a renda do agricultor
O mercado agrícola ainda assimila a surpresa da decisão do Copom que aumentou em 0,75 ponto percentual a taxa básica de juros brasileira, elevando assim a Selic para 2,75%. A decisão do Comitê de Política Monetária do Banco Central veio acima do previsto pelo mercado, que se situava em projeção de alta de 0,5 p.p.
De acordo com especialistas ouvidos pelo Agrolink, a decisão veio em resposta a recente pressão inflacionária, e deve abrir caminho para a queda do dólar frente ao real. Além disso, o Copom deixou nas entrelinhas que deve promover um novo aumento da Selic em sua próxima reunião, no início do mês de maio.
“O Dólar tende a cair porque tende a haver um maior fluxo (oferta) de dólar para o país, que pressiona o mercado e o leva a cair. No entanto, lembre-se que ‘queda do dólar significa valorização do real’, isto é, nossa moeda fica mais forte e com maior poder de compra. Todos os insumos agrícolas ficam mais baratos”, analisa Luiz Pacheco, da Consultoria TF Agroeconômica.
De acordo com ele, o aumento dos juros aumenta os custos, e o aumento do dólar, por outro lado, melhora os preços: “O aumento dos juros atrai mais capital externo para o Brasil; já o aumento do dólar aumenta o volume exportado. Mais capital externo irriga o capital de giro das nossas empresas listadas na Bolsa e aumenta a sua produtividade interna, oferecendo mais e melhores produtos, tanto para o mercado interno como o externo”.
“O aumento nos preços (puxado pela exportação) aumenta a renda do agricultor e o faz produzir mais, aumentando a oferta de produtos. Aumentando as exportações, melhorando o colchão de divisas do país", explica o especialista.
"Para comparar com o efeito contrário, a criação de empecilhos para a exportação, como atualmente existe na Argentina, cria inflação (no Brasil é de 4,5% lá é de 58%), gera problemas de divisas e de pagamentos externos (principal problema da economia argentina), causa redução na produção e oferta de alimentos em geral, contribuindo para aumentar a inflação e intranquilidade jurídica e política, com um grande número de pessoas desempregadas dependentes do estado”, conclui Pacheco.