Atenção redobrada para o planejamento da próxima safra de soja
Resultado desta mudança climática é o aumento da pressão de pragas
Influência do fenômeno El Niño pode contribuir para o aumento da pressão de doenças nas
lavouras de soja durante a safra 2014/15
De acordo com o agrometeorologista da Somar Meteorologia, Marco Antônio dos Santos, o fenômeno El Niño deve voltar a influenciar a safra brasileira a partir da segunda metade do inverno. O resultado desta mudança climática é o aumento da pressão de pragas e doenças nas lavouras de soja. A previsão é de que com o El Niño, o início das chuvas da primavera seja antecipado e isso já poderá ser observado entre a segunda quinzena de julho e agosto no Sudeste e Centro-Oeste com irregularidade, e elevação da intensidade pluviométrica no Sul do Brasil durante todo o período.
Desse modo, o especialista da Somar também alerta que no Centro-Oeste e no Sudeste a incidência de pragas será menor que no ano passado, mas ainda mais alta se comparado a outras safras. Em contrapartida, doenças como ferrugem asiática poderá ter grande pressão, uma vez que a antecipação das chuvas leva a maior incidência de soja “guaxa”, servindo de hospedeira para o fungo. No Sul, as infestações por ferrugem e mancha-alvo são as principais implicações para a próxima safra, já que o alto volume de chuvas não favorece a proliferação de pragas voadoras.
A precipitação da chuva contribui para a germinação da soja tiguera e, consequentemente, o aparecimento de focos de ferrugem bem antes do comum. Para evitar tais problemas e ter uma boa colheita, a recomendação é monitorar a lavoura desde cedo, antecipar o plantio e realizar as aplicações de fungicidas de forma preventiva e desde a fase vegetativa da cultura também é essencial para controlar incidência de doenças.
O cenário é preocupante na opinião Everson Zin, gerente de Marketing Estratégico FOX® da Bayer CropScience, já que a safra passada sofreu alta pressão de doenças e pragas e apresentou quebra significativa nos números finais da colheita. “Ações isoladas de manejo não funcionam, ainda mais neste caso. Nossa recomendação é que o sojicultor comece a se planejar agora, levantar o histórico de como a região se comportou diante do fenômeno El Niño em safras anteriores, o que foi feito e o que funcionou, além de contar sempre com o apoio de um engenheiro agrônomo. Mesmo que haja diferenças entre um ano e outro, é importante não ser pego de surpresa”, ressalta Zin. Ele enfatiza que o melhor controle das doenças nas lavouras é o manejo preventivo, por isso é fundamental respeitar o vazio sanitário, optar por cultivares precoces e planejar o tratamento preventivo das lavouras.