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Aspectos que influenciam a produção nas usinas de cana-de-áçucar

Usina Buriti localiza em Buritizal-SP é uma das 34 usinas associadas da Copersucar



Foto: Divulgação

Os mercados de açúcar e etanol são bastante dinâmicos, com momentos mais favoráveis para a comercialização do combustível e períodos mais vantajosos para a produção do alimento. Na maioria dos casos, a decisão das usinas é determinada pela melhor remuneração, que oscila de acordo com a análise da oferta e da procura e é influenciada, principalmente, pelo volume de chuva, variação do consumo, preço internacional do petróleo, câmbio e cotações em bolsa de valores.

Contudo, a decisão não depende apenas do preço, mas também da capacidade instalada das usinas. Cada unidade precisa avaliar seu processo produtivo, para maximizar o produto de maior rentabilidade e garantir a moagem de toda a cana prevista para a safra.

Responsável por comercializar todo o adoçante e o biocombustível produzidos por suas 34 usinas sócias, a Copersucar avalia os cenários doméstico e global e compartilha com suas cooperadas a melhor leitura de mercado, potencializando a assertividade na tomada de decisões.

Neste processo, cada usina define o mix mais adequado à sua realidade e, antes do início da safra, em março, já formaliza seu compromisso de produção com a Copersucar. As estimativas de produção são atualizadas mensalmente ao longo da safra e podem ser ajustadas em função tanto das variações de disponibilidade de matéria-prima quanto na sinalização do mercado em relação às alterações de remuneração entre os dois produtos.

Esse alinhamento é feito em conjunto com as áreas de planejamento e comercial da Copersucar, que analisam os impactos financeiros da mudança. "Se, por exemplo, a usina decidir mudar para etanol porque está remunerando melhor, avaliamos se aquele volume de açúcar já estava comprometido, se os preços estavam fixados ou se tinha terminal contratado, entre outros custos resultantes da falta do produto compromissado", explica a gerente de Planejamento, Qualidade e Relacionamento com Cooperadas, Eliane Fregoneze.

Virar a chave do mix exige que a usina avalie se o retorno econômico compensa o custo pela não entrega do produto que estava previsto. Caso a alteração seja de interesse da usina e essa análise seja positiva, os compromissos são renegociados e o planejamento é revisado para os novos volumes.

A precificação do açúcar e do etanol

Por ser uma commodity global, com um mercado futuro bem consolidado, as usinas conseguem fixar a remuneração do açúcar com antecedência. A referência é a bolsa de Nova York, nos Estados Unidos, que reflete uma expectativa de déficit ou superávit de produção no mercado mundial e também é influenciada pela posição de fundos especulativos.

A coordenadora de Inteligência de Mercado da Copersucar, Tainnah Ikegami, destaca que, para as usinas no Brasil, a opção pelo açúcar também passa pela análise do câmbio, quando a usina deve avaliar o retorno da remuneração em Real. "Se a bolsa estiver disparada, mas a conversão em reais não gerar uma remuneração favorável, não necessariamente as usinas irão optar pelo açúcar", completa.

No mercado interno, a Copersucar comercializa a commodity diretamente com seus clientes por meio de sua área Comercial. Já a exportação fica a cargo da Alvean, trading que possui escritórios comerciais em oito países e operações em todos os continentes.

No caso do etanol, o principal mercado é o doméstico e regulado predominantemente pela expectativa de oferta e demanda, com ferramentas de fixação de preços limitadas, dado que não há um mercado global/bolsa para esse fim e a B3 (Brasil) tem liquidez reduzida.

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