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Preço do arroz sofre recuo em julho em Santa Catarina

Santa Catarina se destaca como o segundo maior estado exportador de arroz no Brasil


Foto: Pixabay

Os preços do arroz em casca em Santa Catarina continuaram a tendência de alta observada desde abril, fechando junho a R$107,29 por saca de 50 kg, de acordo com o Boletim Agropecuário de julho do Centro de Socioeconomia e Planejamento Agrícola (Epagri/Cepa). Nos primeiros dias de julho, no entanto, os preços apresentaram leve retração, refletindo a tendência observada no Rio Grande do Sul. Esse comportamento é explicado pelo aumento da oferta interna devido ao avanço da colheita nos dois estados e pela necessidade dos produtores de vender o grão para cobrir os altos custos da safra e acessar crédito para a safra 2024/25. Além disso, a quebra de safra nacional não se confirmou, totalizando 10,4 milhões de toneladas, conforme relatório da Conab de junho, o que também contribuiu para a queda nos preços.

Segundo o Boletim Agropecuário, Santa Catarina se destaca como o segundo maior estado exportador de arroz no Brasil. De janeiro a junho de 2024, o estado exportou o equivalente a US$1,74 milhão, tendo como principais destinos Gâmbia, Trinidad e Tobago e Senegal. Esse valor representa uma queda de cerca de 80% em comparação ao mesmo período do ano passado, quando a participação brasileira no mercado externo aumentou devido a um dólar favorável e problemas na safra dos EUA. Por outro lado, as importações catarinenses de arroz aumentaram 78,27% no primeiro semestre de 2024 em relação ao mesmo período de 2023, impulsionadas pela maior demanda interna e pelos preços internacionais competitivos. Entre os principais parceiros comerciais de Santa Catarina estão Uruguai (55%), Paraguai (12%) e Itália (10%).

Em junho, foi oficialmente encerrada a safra de verão em Santa Catarina. Em comparação com a safra anterior, houve uma redução de aproximadamente 0,9% na área plantada de arroz, principalmente nas regiões do Litoral Norte e Alto Vale do Itajaí. Essa redução foi causada pela conversão de áreas agrícolas em áreas urbanas e pela recorrência de eventos climáticos adversos, como excesso de chuva, que impossibilitaram o replantio em algumas áreas.

A safra foi prejudicada por chuvas excessivas, baixa luminosidade, excesso de nebulosidade, dificuldades na execução de tratamentos fitossanitários e excesso de calor durante a floração. Esses fatores resultaram em uma produtividade menor em relação à safra anterior (-7,6%). Entre os principais problemas enfrentados pelos produtores estavam a presença de plantas daninhas e doenças como a brusone, causadas pela dificuldade em aplicar defensivos no tempo adequado devido às chuvas. As perdas de produtividade foram mais significativas no Litoral Sul e Alto Vale do Itajaí.

No total, a produção de arroz em Santa Catarina reduziu 8,41%, com a região do Alto Vale do Itajaí (microrregiões de Rio do Sul e Ituporanga) apresentando uma queda de 6,85%. O Sul Catarinense, maior região produtora, também registrou uma redução significativa na produtividade, na ordem de 10% em comparação com a safra anterior. Com isso, a produção estimada para o estado é de 1,158 milhão de toneladas, que serão absorvidas pela indústria. A demanda restante deverá ser atendida pelo Rio Grande do Sul e por países do Mercosul, apesar das perdas registradas naquele estado.

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