Áreas muito secas e úmidas estão afetando as lavouras
Bloqueio atmosférico impede a distribuição das chuvas
Segundo o mais recente boletim de clima e cultura do USDA, as condições na Europa sofrem a influência de um bloqueio atmosférico, mantendo o padrão recente de fortes chuvas no sul e seca no norte, embora as chuvas tenham retornado a algumas áreas de cultivo do norte no final da semana.
Esse bloqueio atmosférico também impediu que os sistemas de tempestades do Mediterrâneo avançassem muito. Como resultado, chuvas e trovoadas totalizaram 10 a 100 mm do norte da Espanha e do sul da França para o leste até o norte da Itália, aliviando a seca persistente de longo prazo, mantendo as perspectivas gerais favoráveis para as culturas de verão em estádios vegetativos.
Durante a segunda metade do período, uma tempestade em desenvolvimento sobre o Mar Adriático deslocou-se para leste e provocou chuvas pesadas (25-175 mm) da Grécia e do sul da Itália em direção ao nordeste dos Bálcãs centrais. As condições úmidas mantiveram a umidade do solo abundante para as culturas vegetativas de verão; no entanto, as fortes chuvas locais dificultam o desenvolvimento do algodão na Grécia, impediram a seca da safra de inverno no vale do rio Danúbio e causaram inundações nas terras baixas.
Apesar do bloqueio atmosférico, as chuvas começaram a se propagar para o oeste do sul da Lituânia e leste da Polônia (5-30 mm) para o leste da Alemanha (2-20 mm), melhorando a umidade do solo para encher as culturas de inverno, bem como grãos vegetativos de primavera, milho, e girassóis.
Da mesma forma, chuvas leves a moderadas (2-20 mm) avançaram para o leste da Inglaterra e norte da França, melhorando as condições para as colheitas de verão. No entanto, o tempo seco persistiu do leste da França e oeste da Alemanha até a Escandinávia, reduzindo as perspectivas de enchimento e maturação dos grãos e oleaginosas de inverno.
O calor e a seca também acelerou o estresse nas safras de verão no sul da Espanha e de Portugal, embora os girassóis e o algodão ainda não tivessem atingido os estágios de desenvolvimento reprodutivos, mais sensíveis à temperatura. As temperaturas durante a semana ficaram em média de 1 a 4°C acima do normal na Península Ibérica, 3 a 7°C acima do normal no noroeste da Europa, mas 1 a 3°C abaixo do normal do sul da Polônia até a Grécia e os Bálcãs.
Material elaborado pelo metereologista, Gabriel Rodrigues com revisão de Seane Lennon.*