Área e produção de algodão devem crescer acima de 10%
Expectativa é de uma produção de 2,7 milhões de toneladas, valor 14,8% acima
As operações de plantio avançaram e praticamente consolidaram a implantação das lavouras consideradas de primeira safra nas principais regiões produtoras. Com a perspectiva de início da colheita de graníferas de verão, como soja e milho, há também uma previsão de começar a semear o algodão, tido como segunda safra, justamente em sucessão a essas culturas.
Assim, com a evolução do plantio no cenário nacional, a estimativa geral é de destinação de 1.542,4 milhões de hectares nesta temporada, indicando crescimento de 12,5% em comparação à área total semeada no exercício 2020/21.
Para a produtividade, é indicado um aumento esperado de 2%. Isso totalizaria uma produção de 2,7 milhões de toneladas, valor 14,8% acima do produzido na safra 2020/21. Além do produtor não estar encontrando problemas para plantar, na janela ideal, diferente do ocorrido na safra anterior com o atraso da soja, os valores pagos pela pluma estão em patamares muito elevados, o que incentiva o aumento de área pelo produtor. Os dados são da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
Desde meados de 2020, os preços do algodão estão com tendência de elevação. Em 2021, de forma sucessiva, foram renovados os patamares máximos nominais do valor recebido pelo produtor. As principais razões para essa valorização foram a alta dos preços internacionais (deficit na oferta e demanda), dólar em elevado patamar, altas taxas de comercialização antecipada e forte queda na produção da safra brasileira 2020/21 em relação à anterior. Apesar da forte elevação dos custos de produção, a rentabilidade é extremamente atrativa para o produtor nos preços atuais.
De acordo com dados preliminares do Ministério da Economia, foram embarcadas em dezembro cerca de 270 mil toneladas de algodão. Com média diária de 11,7 mil toneladas, ante as 16,8 mil toneladas no mesmo mês em 2020, apresentando redução de 30% no volume diário exportado. Além da menor oferta, os problemas de logísticas afetam o desempenho das exportações. Com isso, o ano de 2020 deverá fechar com cerca de 2,016 milhões de toneladas de pluma exportadas, este volume é 5,1% inferior ao exportado no ano de 2019, período em que o Brasil colheu uma safra de 3 milhões de toneladas. Para 2022, a Conab estima uma exportação de 2,050 milhões de toneladas, bem próxima da ocorrida no ano de 2021.
Já em relação ao consumo em 2022, a expectativa é de cerca de 765 mil toneladas, volume 6,2% superior ao que era esperado pela Associação Brasileira das Indústrias Têxteis (Abit) para 2021, que foi de 720 mil toneladas. Este aumento esperado se dá diante da expectativa de retomada da economia, com o controle da pandemia. Contudo, as consecutivas revisões para baixo em relação ao crescimento do PIB brasileiro preocupa o setor industrial, pois compromete a demanda no setor de têxteis.