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Ampliação do canal do Porto de Santos consumirá R$ 12 milhões



O problema de profundidade no canal do porto de Santos pode ser aliviado este ano com recursos de R$ 12 milhões. Segundo o presidente da Codesp (Companhia Docas de São Paulo), José Mello Rego, com esse possível recurso do governo o canal poderá aumentar dos atuais 12,8 metros para cerca de 13 metros.

A profundidade do canal, que tem como objetivo ser de 14 metros, acabou virando um problema para a entrada de navios de grande porte. A situação fica mais crítica quando a maré está baixa e o calado encolhe quase para os 11 metros. Deverão ser retirados 6 milhões de metros cúbicos de terra do fundo do canal.

Além da falta de recursos um dos grandes impasses para o início dessa obra é a parte ambiental. Mas o executivo garante que foi fechado um acordo com a Cetesb (Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental) que permitirá o início da obra assim que seja liberado o recurso. Todo o serviço de ampliação da profundidade (calado) será monitorada automaticamente pela entidade.

Para o coordenador do Comus (Comitê de Usuários dos Portos e Aeroportos de SP), José Cândido Senna, se nos próximos dois anos o porto não tiver profundidade para receber navios de grande porte, com capacidade entre 5 mil contêineres ou até 6 mil contêineres, Santos irá perder cargas para outros portos. O executivo organizou um seminário para discutir o papel do porto de Santos como um concentrador de cargas marítimas para o país.

Uma das conclusões dos participantes, inclusive do próprio Senna é a necessidade de melhoria da infra-estrutura de Santos.

O diretor de transportes da Volkswagen, Richard Schüer, considera que o limite de capacidade do porto pode ser um grande agravante. Segundo ele, o risco que Santos corre é de perder quase toda sua importância, avalia, se não tiver capacidade para receber navios de grande porte e dar suporte ao escoamento dos produtos. "Isso aconteceu com o Porto de Londres que com falta de calado perdeu em um curto espaço de tempo sua importância", disse.

A montadora alemã tem uma preocupação especial com relação ao porto de Santos, pois fica a 60 quilômetros de distância da sua principal fábrica no país. "Se o porto concentrador não for Santos o custo Brasil vai encarecer", disse.

Recentemente a empresa viveu na pele a falta de capacidade do porto. A montadora quer exportar um novo produto, o Fox, mas o porto já não teria mais espaço para receber mais automóveis. A perspectiva da empresa é produzir 100 mil unidades desse novo veículo. Mas a capacidade do Porto atualmente é de 160 unidades chegando até 200 mil carros em 2004.

Só a Volkswagen planeja exportar esse ano via Santos 100 mil carros de um total de 150 mil veículos vendidos no exterior pela empresa. Para solucionar o problema o porto buscou uma solução meio imediata: cedeu uma área para a Santos Brasil se licitação para operar os embarques de veículos da Volkswagen temporariamente. A montadora não irá aportar recursos no projeto e por outro lado a ANTAQ (Associação Nacional dos Transportes Aquaviários) ainda analisa se a operação é legal.

Outro problema do porto é o acesso rodoviário e a construção da perimetral. A obra que deve demorar cerca de 3 anos prevê gastos de R$ 350 milhões, solucionará o conflito entre trens e caminhões dentro do porto que atrasam os embarques de carga nos navios.

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