O agronegócio continua sendo o fiel da balança comercial tanto do Brasil quanto do Estado de São Paulo. Com exportações da ordem de US$ 26 bilhões e importações de US$ 6,5 bilhões, o setor atingiu saldo positivo de US$ 18,4 bilhões respondendo pelo superávit da balança comercial brasileira (US$ 13,1 bilhões). Em São Paulo, a situação é a mesma: o saldo de US$ 3,5 bilhões (exportações de US$ 6,5 bilhões contra importações de US$ 3 bilhões) garantiu o superávit estadual (que foi pouco além de US$ 235 milhões).
As informações foram levantadas por técnicos do Instituto de Economia Agrícola, órgão vinculado à Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento, com base nos números de 2002. Esses valores mostram que, no ano passado, as exportações brasileiras chegaram a US$ 60,36 bilhões e as importações a US$ 47,23 bilhões. O superávit, de nível similar ao de 1993 e cerca de cinco vezes maior do que o do ano anterior, resultou mais da diminuição das importações (-15,0%) do que do aumento das exportações (+3,7%). As vendas externas do agronegócio brasileiro cresceram 4,2% em relação a 2001 atingindo US$ 26,06 bilhões (43,2% do total).
As importações caíram 10,9%, também em comparação com 2001, somando US$ 7,63 bilhões (16,2% do total). Assim, o superávit do agronegócio foi de US$ 18,43 bilhões, 12,1% maior que o do ano passado. Em São Paulo, situação semelhante: as exportações do agronegócio cresceram 5,5%, enquanto as importações foram reduzidas em 15,4%.
Produtos
Os principais agregados de cadeias de produção nas exportações do agronegócio paulista foram cana e sacarídeas (US$ 1,57 bilhão), bovinos (US$ 1,23 bilhão), frutas (US$ 1,09 bilhão), especialmente suco de laranja (quase US$ 1,0 bilhão), produtos florestais (US$ 862,96 milhões) e cereais/leguminosas/oleaginosas (US$ 482,48 milhões).
No âmbito nacional, os principais agregados de cadeias de produção nas exportações foram cereais/leguminosas/oleaginosas (US$ 6,48 bilhões), produtos florestais (US$ 4,47 bilhões), bovinos (US$ 3,55 bilhões), cana e sacarídeas (US$ 2,29 bilhões), suínos e aves (US$ 2,00 bilhões) e café e estimulantes (US$ 1,62 bilhão).
Entre os produtos que apresentaram crescimento de quantidades exportadas, destacaram-se no agronegócio, no nível nacional, carnes (30,5%), café (20,5%) e açúcar (19,4%). Em contrapartida, peixes e crustáceos (-20,0%), laranja (-19,2%) e couro e peleteria (-16,7%) sofreram as maiores quedas em termos de quantidades exportadas, quando 2002 é comparado com 2001. Cerca de 55,1% do valor das exportações do agronegócio de 2002 corresponderam a produtos industrializados (manufaturados e semimanufaturados). No Estado de São Paulo a participação de produtos do agronegócio, industrializados, foi bem maior (79,9% do total).