Agronegócio passa por choque de gerações
A participação de jovens vem crescendo
O agronegócio brasileiro, que gera mais de 28 milhões de empregos, segundo Cepea e CNA, e representa quase 25% do PIB nacional, conforme o IBGE, alia tradição e inovação para sustentar seu crescimento. Além de transformar práticas no campo, o setor promove uma integração entre diferentes gerações, ampliando as oportunidades para jovens e enriquecendo o ambiente com a troca de experiências.
Embora a média de idade dos agricultores brasileiros fosse de 55 anos em 2017, a participação de jovens vem crescendo em áreas especializadas. Dados do IBGE mostram que o número de técnicos na produção agropecuária entre 18 e 29 anos subiu de 118 mil em 2012 para 163 mil em 2024, refletindo o impacto da tecnologia e a demanda por qualificação no setor.
Empresas como a TMG – Tropical Melhoramento & Genética – têm apostado na diversidade etária como estratégia. Dos 524 colaboradores da empresa, 40% têm menos de 30 anos, enquanto 10% têm mais de 50. Iniciativas como o programa Reter Talentos ajudam a conciliar diferentes expectativas, promovendo inteligência emocional e planejamento de carreira para jovens e valorizando o conhecimento dos mais experientes.
A transição geracional também ocorre nas propriedades rurais, ainda que lentamente. Estudos da UFRGS revelam que 61% dos proprietários não se sentem preparados para a sucessão, mas a tendência é que os filhos assumam a gestão com mais tecnologia e agricultura digital, transformando a realidade dentro e fora da porteira.
“A troca de experiências entre os profissionais mais jovens e os veteranos é de grande valor e merece ser continuamente estimulada”, afirma Kamila Coelho, coordenadora de Recursos Humanos da TMG – Tropical Melhoramento & Genética, empresa brasileira de soluções genéticas para algodão, soja e milho.