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Agronegócio enfrenta queda de 2,2% no PIB

Retração foi influenciada principalmente pela redução dos preços



Foto: Pixabay

Mantendo o movimento observado no ano passado, o PIB do agronegócio brasileiro recuou 2,2% no primeiro trimestre de 2024, de acordo com o Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada) da Esalq/USP, em parceria com a CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil). Com este desempenho, o setor pode responder por cerca de 21,5% do PIB do País neste ano, abaixo dos 24% registrados em 2023.

Segundo pesquisadores do Cepea/CNA, essa retração foi influenciada principalmente pela redução dos preços e pela queda na produção de importantes produtos do setor agrícola. Entretanto, o ramo pecuário conseguiu mitigar parte desse impacto negativo, graças aos desempenhos positivos dos segmentos agroindustrial e de agrosserviços. Analisando os ramos do agronegócio, enquanto o agrícola teve uma queda de 3,83%, o pecuário registrou um avanço de 1,68%.

Desempenho dos insumos

O PIB dos insumos recuou 4,9% no primeiro trimestre de 2024, impactado pelas quedas tanto nos ramos agrícola quanto pecuário. Pesquisadores do Cepea/CNA indicam que a desvalorização de fertilizantes, defensivos, máquinas agrícolas e rações foi determinante para esse resultado negativo. As indústrias de máquinas agrícolas e defensivos também apresentaram uma retração na produção esperada, agravando a situação.

Segmento primário

O segmento primário do agronegócio registrou um recuo de 3,43% no PIB do trimestre, reflexo das dificuldades enfrentadas tanto pela agricultura quanto pela pecuária. A desvalorização de commodities importantes, como algodão, café, milho, soja e trigo, combinada com a projeção de queda na produção anual de milho e soja, impactou negativamente o setor agrícola. No caso da pecuária, a baixa nos preços de atividades como bovinos para corte, leite e suínos resultou em um desempenho negativo, apesar da expansão na produção de bovinos, ovos e leite.

Desafios na agroindústria

A agroindústria apresentou uma diminuição de 1,31% no PIB, atribuída principalmente ao recuo nas indústrias de base agrícola (-2,81%). A queda nos preços de produtos como óleo vegetal, biocombustíveis, celulose e papel foi determinante, apesar do aumento na produção industrial e da redução nos custos com insumos. Por outro lado, a indústria de base pecuária registrou um crescimento de 4,23%, sustentado pelo aumento esperado na produção de carnes, pescados, couro, calçados e, em menor grau, laticínios.

Agrosserviços em descompasso

O PIB do segmento de agrosserviços caiu 1,57% no primeiro trimestre, refletindo um descompasso entre os agrosserviços agrícolas, que recuaram 3,98%, e os agrosserviços pecuários, que cresceram 3,91%. Esses resultados espelham as dinâmicas dos segmentos a montante, influenciados pela performance geral dos ramos agrícola e pecuário.

Em suma, o cenário do agronegócio brasileiro no primeiro trimestre de 2024 apresenta desafios significativos, influenciados por uma combinação de fatores econômicos e de produção. A resiliência do ramo pecuário e alguns segmentos específicos fornecem algum alívio, mas a queda geral ressalta a necessidade de estratégias adaptativas para enfrentar as adversidades do setor.

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