Agro tem sido alvo de cibercriminosos
Ataques cibernéticos comuns, como phishing e ransomware, agora são uma preocupação no setor agrícola
O agronegócio tem se beneficiado da digitalização de processos, incluindo automação de maquinário e integração de sistemas para operações mais eficientes. No entanto, esses avanços, juntamente com o elevado valor monetário do setor, tornam-no suscetível a ameaças cibernéticas.
“A mesma complexidade tecnológica que permite ao agronegócio aumentar sua produtividade gera vulnerabilidades que podem ser exploradas por criminosos”, afirma Allan Costa, Co-CEO da ISH Tecnologia, principal empresa nacional de cibersegurança. Dois exemplos recentes envolvem o ataque à Dole Food, nos Estados Unidos, que prejudicou a distribuição de alimentos no país e teve prejuízos avaliados em dez milhões de dólares, e à sistemas de irrigação automatizados em Israel, que exigiram seu desligamento e consequente irrigação manual das safras.
Ataques cibernéticos comuns, como phishing e ransomware, agora são uma preocupação no setor agrícola, afirma o especialista. “Aqui, podem atuar, por exemplo, por meio da injeção de dados falsos, comprometendo a precisão das decisões automatizadas de maquinário, afetando significativamente colheitas e podendo causar eventuais paralisações no plantio. Isso gera perdas de receita que podem chegar aos milhões de reais, além do dano reputacional.”
O setor agrícola enfrenta ameaças adicionais, como vulnerabilidades que possibilitam controle remoto não autorizado de máquinas conectadas à internet, resultando em danos operacionais significativos. Exemplos, como o caso israelense mencionado, revelam que, em alguns incidentes, o controle só é restaurado mediante o pagamento de resgate a cibercriminosos, frequentemente em valores elevados. Além disso, ataques a redes vulneráveis podem interromper a comunicação entre empresas, clientes e fornecedores.