Agricultores mineiros apostam no cultivo da macaúba
A palmeira, nativa da América Latina, produz um óleo viscoso, usado como biodiesel e na indústria de cosméticos
Agricultores de Lima Duarte, na zona da mata mineira, apostam no cultivo da macaúba. O fruto da palmeira é muito procurado por ser rico em óleo.
A palmeira, nativa da América Latina, produz um óleo viscoso, usado como biodiesel e na indústria de cosméticos. Ele é extraído da polpa amarela do fruto e das sementes. O que sobra no processo de extração vira ração animal e carvão.
O produtor Gabriel Borges plantou 170 mudas de macaúba no sítio de 24 hectares em Lima Duarte, na zona da mata mineira. Ele já cultiva milho para a semente e frango orgânico, mas quer diversificar a produção. ”Ela nos da menos trabalho e traz uma produção muito boa”, avaliou.
As mudas são do grande viveiro. Um milhão e meio estão à espera de produtores interessados. A proprietária é uma das maiores produtoras de biodiesel da Europa, com cinco usinas de esmagamento na Espanha, que precisa de matéria-prima. Além de estimular o plantio de macaúba no Brasil, a empresa pretende construir unidades esmagadoras no país.
“A ideia inicial é uma unidade, mas o projeto final contempla cinco unidades no Brasil”, disse Juan Lopes, presidente da empresa.
Um dos desafios da empresa foi desenvolver a técnica de cultivo para uma espécie até então selvagem. Na natureza, a germinação das sementes não passa de 1%, mas, com a ajuda da Universidade Federal de Viçosa, a empresa conseguiu aumentar a taxa para 45%.
O principal motivo da escolha da macaúba é o rendimento do óleo, bem maior do que outras culturas, como a soja. “Ela produz de seis a oito vezes mais óleo do que a soja na mesma unidade de área. Isso faz com que a sustentabilidade do projeto em cima da exploração agrícola da macaúba se torne muito mais interessante e mais econômico, gerando mais atividade agrícola”, explicou Flávio Couto, professor da Universidade Federal de Viçosa.
A macaúba leva uma média de quatro anos para produzir.