Agosto deve terminar com chuvas no MATOPIBA
Nova rodada de instabilidades no sul traz temporais e deve formar corredor de umidade no Brasil central
A última semana do mês de Agosto será marcada pelo avanço de uma nova frente fria no centro-sul do país e pode formar um corredor de umidade sobre o Brasil Central. Apesar das condições de chuvas, o sistema terá um deslocamento mais oceanico, mantendo então as instabilidades mais concentradas em setores do leste da região sul e também do leste do sudeste.
A expectativa é de que este sistema forme um corredor de umidade, ligando as instabilidades da floresta amazônica até o oceano, passando sobre o Mato Grosso, sul do Pará, Tocantins, Goiás, Bahia e Minas Gerais. A previsão indica volumes entre os 15 e 25 mm em áreas que historicamente recebem menos de 20 mm no mês de Agosto, como é o caso do sudeste do Pará e nordeste de Mato Grosso.
As projeções também indicam o avanço das chuvas em áreas mais interioranas de Minas Gerais, como em regiões próximas à Mocambinho (MG) que está há pelo menos 120 dias sem chuvas.
Setores ao sul do Maranhão, sul do Piauí e oeste da Bahia também podem receber algumas chuvas entre os dias 28 e 29.
Essas chuvas em áreas do Brasil central, ainda são insuficientes para trazer alguma recuperação hídrica significativa ou alguma perspectiva para as condições de plantio. Além disso, são necessários mais episódios de chuva para repor a umidade nas camadas mais profundas do solo. Contudo, essas chuvas podem favorecer algum manejo.
VEJA O MAPA E AS TABELAS DE PREVISÃO
Sul
A atuação de uma frente fria oceânica entre os dias 22 a 27 garante as chuvas no leste da região sul. Este sistema avança lentamente sobre a costa da região, mas tem condições de provocar chuvas volumosas desde a grande região de Osório (RS) até a região de Paranaguá (PR). Mesmo assim, alguns setores do oeste também recebem bons acumulados de chuva, como em São Miguel do Oeste (SC), uma vez que o solo tem uma boa disponibilidade de umidade neste momento. Apenas o sudeste do Rio Grande do Sul deverá enfrentar uma semana de menos chuvas, onde a média das projeções indica menos de 5 mm em setores de Uruguaiana (RS).
Sudeste
Pelo menos até o dia 25 as chuvas ficam concentradas apenas na faixa litorânea do sudeste, ocorrendo na forma de pancadas fracas, isoladas e passageiras. A chegada da frente fria no dia 26, mesmo que afastada da região, deve favorecer a formação de um corredor de umidade trazendo condições de chuvas mais abrangentes. Os maiores volumes se concentram na costa da região, mas devem avançar em setores do leste de Minas Gerais, como em Muriaé, onde os acumulados podem passar dos 70 mm no decorrer do período. Este cenário traz a recuperação da águia no solo, pelo menos nas camadas mais superficiais, visto que há regiões com pelo menos 120 dias sem o registro de chuvas como em Mocambinho (MG).
Centro-Oeste
Em grande parte do período, a condição será de tempo seco, temperaturas elevadas e baixos índices de umidade. Apesar das operações de colheita estarem caminhando para final e a maioria das lavouras estarem em maturação, as chuvas são muito bem vindas para trazer um reposição inicial da umidade no solo. A expectativa é da formação de um corredor de umidade entre os dias 26 a 29 que traz condições de chuva sobre o Mato Grosso e Goiás. Os volumes variam entre 25 a 20 mm nos setores mais úmidos como em Arinos (MT) e no Entorno de Brasília (GO).
Nordeste
Agosto e Setembro são os meses onde são registradas as menores chuvas ao longo do ano. Portanto, não é incomum regiões sem o registro de chuvas neste período. E grande parte da região terá este comportamento ao longo desta semana. A exceção é o sul da Bahia, onde a influência de uma frente fria – sistema de chuvas – deve provocar acumulados expressivos, com valores superando os 60 mm na região de Porto Seguro. Essas chuvas chegam na entrada da próxima semana e podem atrapalhar momentaneamente as lavouras de café que estão prestes a encerrar as operações de colheita. Com essas instabilidades, um corredor de umidade pode se formar e levar algumas instabilidades pontuais nas regiões produtoras do Maranhão, Oeste Baiano e sul do Piauí.
Norte
No decorrer da semana, algumas instabilidades isoladas e pontuais podem se formar em setores da parcela central da região norte, como na divisa do Amazonas com o Pará. Além disso, não se descarta o registro de algumas pancadas isoladas e passageiras ao norte do Tocantins. Mas é a partir do dia 27 que as instabilidades ganham mais corpo em setores do Oeste da região – em função de um corredor de umidade que liga as instabilidades da região norte com uma frente fria (sistema de chuvas) no oceano. Este corredor de umidade pode ter força o suficiente para gerar instabilidades mais expressivas sobre o sudeste do Pará e metade sul do Tocantins.
Material elaborado pelo metereologista, Gabriel Rodrigues com revisão de Seane Lennon.*