Aftosa no Paraná não deve prejudicar exportações do RS
Os estados de Santa Catarina e São Paulo provalvemente sofrerão embargos devido à área de fronteira com o Paraná
Durante painel sobre a febre aftosa realizado nesta quarta-feira (07-12), no Conselho Regional de Medicina Veterinária (CRMV), em Porto Alegre (RS), o diretor-executivo do Sindicato das Indústrias de Carnes e Derivados do Rio Grande do Sul (Sicadergs), Zilmar Moussalle, afirmou que os focos de aftosa detectados no Paraná não afetarão as exportações do Rio Grande do Sul. Como o estado se situa abaixo de Santa Catarina, onde não há registro de aftosa, e entre Uruguai e Argentina, que são áreas livres com vacinação, esse fator deve ser suficiente para manter o mercado internacional aberto às exportações gaúchas. Segundo Moussalle, os estados de Santa Catarina e São Paulo provalvemente sofrerão embargos devido à área de fronteira com o Paraná.
O Paraná já estava embargado pela UE e Rússia por fazer divisa com o Mato Grosso do Sul. Com a confirmação da doença em seu território, deverá sofrer novas perdas de mercados. Embora o diagnóstico tenha atrasado, Moussalle acredita que o vírus não se disseminou para outras localidades devido à interdição das propriedades na época da suspeita. O próximo passo será o abate dos animais já identificados no Paraná.
Segundo o médico veterinário do Instituto de Pesquisas Veterinárias Desidério Finamor (IPVDF), Alexandre Braga, as vacinas utilizadas no Brasil possuem alto índice de imunização. Braga esclareceu que o diagnóstico para a febre aftosa exige a análise individual do animal, avaliação epidemiológica e constatação de vacinação.
Para o presidente do CRMV-RS, Air Fagundes, “a ingerência política é muito ruim quando se quer fazer o controle e a erradicação de uma doença. A participação do governo é importante, mas desde que não interfira no aspecto técnico, como parece que está acontecendo no Paraná”, finalizou.