Adubação correta pode maximizar a produtividade do feijão
O Brasil e o feijão: consumo médio chega a 12,2 kg por pessoa ao ano
A cultura do feijão (Phaseolus vulgaris L.) ocupa um papel central na dieta e economia do Brasil, sendo uma das principais fontes de proteína vegetal e nutrientes para a população. No entanto, sua produtividade é diretamente influenciada pela qualidade do manejo agrícola, especialmente no que diz respeito à fertilidade do solo e ao uso adequado de fertilizantes.
Com um ciclo de crescimento curto e raízes pouco profundas, o feijoeiro é altamente dependente de solos férteis e bem manejados. A análise química do solo é essencial para determinar os níveis de nutrientes e ajustar práticas como calagem, gessagem e a aplicação de fertilizantes. Solos com pH inadequado, mesmo que ricos em nutrientes, podem limitar a disponibilidade desses elementos para as plantas, comprometendo o rendimento.
Planejamento nutricional
Para otimizar a produção, é necessário um planejamento detalhado de adubação, considerando:
- Demanda nutricional da planta: cada estágio do ciclo do feijão requer diferentes quantidades de nutrientes, que devem ser supridas de maneira balanceada.
- Análise do solo e monitoramento foliar: esses métodos garantem que as aplicações de fertilizantes atendam às reais necessidades da cultura, evitando excessos ou deficiências.
- Histórico da área: informações sobre cultivos anteriores, produtividade e manejos realizados ajudam a ajustar as práticas para a safra atual.
- Sustentabilidade e eficiência: além de fertilizantes químicos, o uso de inoculantes como Rhizobium tropici e Azospirillum brasilense é uma alternativa sustentável para fornecer nitrogênio ao feijoeiro.
Benefícios de solos bem manejados
Solos férteis e com fertilidade corrigida permitem que o feijoeiro expresse seu máximo potencial produtivo. Em regiões como o Cerrado, a utilização de tecnologias agrícolas modernas já demonstrou ser capaz de elevar significativamente a produtividade, alcançando até 3.000 kg/ha em sistemas altamente tecnificados.
Além disso, práticas bem executadas evitam desequilíbrios nutricionais que poderiam favorecer a incidência de doenças e pragas, reduzindo custos com defensivos e aumentando a rentabilidade.
Impacto econômico do feijão no Brasil
Segundo estimativas da Embrapa Arroz e Feijão (2023), o consumo médio aparente per capita de Feijão-comum em 2021 foi 12,2 kg/hab. E, considerando o período de 1996-2021, percebe-se um declínio no consumo aparente per capita, depois de ter chegado a 18,8 kg/hab, em 1996.