Açúcar: Demanda e clima podem impulsionar preços
Um ponto crítico é a expectativa de exportações indianas limitadas
A Hedgepoint Global Markets destaca que a estrutura macroeconômica global atual não é favorável ao mercado de commodities, incluindo o açúcar, mas fatores específicos podem gerar movimentos altistas no setor. Apesar de fundamentos estáveis, a escassez esperada para o quarto trimestre de 2024 pode ser menos severa do que o inicialmente previsto, o que reduz a pressão de alta no curto prazo.
Um ponto crítico é a expectativa de exportações indianas limitadas, que deve ter impacto significativo no mercado global no primeiro trimestre de 2025. A redução nos embarques do segundo maior exportador mundial pode pressionar os preços, especialmente em um contexto de aumento da demanda global por açúcar refinado.
No Brasil, a safra no Centro-Sul está sendo cuidadosamente monitorada devido à deterioração das condições climáticas. Se a situação climática se agravar, a oferta pode ser comprometida, gerando uma alta nos preços no curto prazo. Esses fatores tornam os fluxos comerciais potencialmente altistas, apesar do cenário macroeconômico desafiador.
Assim, o mercado de açúcar segue em um equilíbrio delicado, influenciado por variáveis globais e locais. A Hedgepoint alerta para a necessidade de atenção a esses fatores no planejamento comercial de produtores e distribuidores. De acordo com Lívea Coda, analista de Açúcar e Etanol da Hedgepoint Global Markets, “embora os fundamentos sejam estáveis, a escassez de oferta no 4° trimestre de 2024 pode ser menor que o previsto, com o México apresentando um início positivo de temporada e o Brasil mantendo forte participação”.
“A demanda por açúcar bruto será decisiva para os preços, e eventuais problemas no desenvolvimento da safra 25/26 do Centro-Sul brasileiro, ou maior urgência na demanda global podem levar a uma tendência altista”, conclui.