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Ações para ampliar acesso do arroz beneficiado para o México

A tarifa de importação para o arroz beneficiado é de 20% no México



Foto: Pixabay

A Associação Brasileira da Indústria do Arroz (Abiarroz) está intensificando as ações para que os governos do Brasil e do México retomem as negociações para a ampliação do Acordo de Complementação Econômica (ACE) nº 53, a fim de abrir o mercado daquele país ao arroz beneficiado brasileiro. Em recente missão ao México, liderada por seu presidente, Elton Doeler, a Abiarroz promoveu encontro com representantes do governo daquele país, da indústria e importadores, na Embaixada do Brasil, para apresentar o cereal nacional. Durante a visita ao país da América do Norte, a associação também participou da ExpoAntad – feira de alimentos e bebidas –, em Guadalajara, para promover o arroz beneficiado.

“As negociações para ampliação do ACE nº 53 ficaram paradas por dois anos, e há uma boa janela para intensificação das negociações. No segundo semestre deste ano, haverá uma reunião da comissão binacional para tratar do assunto. Esperamos que o arroz beneficiado brasileiro possa ser contemplado com a eliminação da tarifa de importação”, diz a diretora-executiva da Abiarroz, Andressa Silva, enfatizando a importância do acesso ao mercado mexicano para o Brasil. “Eles consomem cerca de um milhão de toneladas de arroz por ano.”

A busca da abertura do México para o arroz beneficiado brasileiro faz parte do esforço da Abiarroz para fazer com que o livre comércio possibilite aos consumidores terem à disposição um produto de qualidade com preço acessível. A delegação da Abiarroz estava no México quando o governo daquele país anunciou a concessão de isenção à importação de produtos básicos, como o arroz em casca. Para a associação, a decisão pode favorecer o avanço da negociação do ACE nº 53.

A tarifa de importação para o arroz beneficiado é de 20% no México, o que inviabiliza a concorrência do produto brasileiro em comparação com os Estados Unidos, Uruguai e até a Argentina, que têm tarifa zero por acordos comerciais. No caso do Brasil, há apenas uma preferência de 4% em acordo firmado no âmbito da Aladi (Associação Latino-Americana de Integração) para o beneficiado, reduzindo a tarifa para 16% – ainda alta para viabilizar negócios.

ExpoAntad

Além do reinício das tratativas do acordo, para a qual contou com o apoio da Embaixada do Brasil naquele país, a missão da Abiarroz teve outras ações. Entre elas, a participação na ExpoAntad, realizada de 13 a 19 de maio, em Guadalajara. Quatro empresas brasileiras expuserem o arroz beneficiado nacional no estande da Abiarroz e do Projeto Brazilian Rice/ApexBrasil: Guacira, Arrozeira Pelotas, Trevisan Alimentos e Expoente.   

Segundo a gerente de Exportações da Abiarroz, Carolina Matos, os importadores mexicanos de arroz demonstraram, durante as rodadas de negociação, grande interesse em comprar o arroz beneficiado brasileiro, que hoje tem uma tarifa de 20% para exportar àquele mercado livre de imposto.

A missão da Abiarroz e do Brazilian Rice/ApexBrasil promoveu ainda visitas técnicas na Cidade do México e em Guadalajara para conhecer o mercado do arroz, buscando identificar os principais players do produto no mercado mexicano, preços, tipos de embalagens etc.

“O resultado da missão foi muito bom”, avalia Carolina. “Ficou evidente que o México precisa – e quer – importar o nosso arroz beneficiado, até porque não tem condições de beneficiar o que há de disponível do cereal em casca por lá.”

Além disso, a qualidade do arroz beneficiado brasileiro é um diferencial reconhecido pelos importadores e consumidores mexicanos, que defendem a ampliação do acordo com o Brasil, acrescenta a gerente de Exportações da Abiarroz:

“Um chef mexicano nos contou, durante visita ao nosso estante na ExpoAntad, que o arroz deles leva 40 minutos para cozinhar, enquanto o arroz beneficiado brasileiro fica pronto em menos de metade desse tempo. Ou seja, além da qualidade e sanidade, o nosso arroz também contribui para a redução dos custos na cozinha, como economia de gás de cozinha e eletricidade, e maior produtividade.”

Carolina considera que o cenário é favorável à retomada e conclusão das negociações do Acordo de Complementação Econômica (ACE) nº 53. “O México vive um momento crítico de inflação e de falta de alimentos, sobretudo o arroz.”

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