A produção de morango é um modelo de negócio lucrativo para o produtor familiar
Cultivo está crescendo no Brasil
As opções de negócios na produção de hortifrútis economicamente viáveis para a produção familiar são cada vez mais restritas. A produção de morango é um ótimo exemplo de negócio rentável aos produtores familiares de pequena escala de produção.
A cultura é predominantemente cultivada por produtores que plantam menos de 10 hectares (Censo Agropecuário do IBGE, de 2017). Nesta escala, o módulo mais comum de cultivo do morango é de 0,5 a 1 hectare nas regiões produtoras mais representativas. A razão é que a cultura é extremamente intensiva em mão de obra no plantio, manejo e colheita, e o uso da mecanização é pouco expressiva na atividade. Essa demanda intensiva por trabalhadores restringe muito a produção em alta escala. Por outro lado, o morango permite uma agregação de valor importante para o produtor. Além do alto custo, há uma demanda em ascensão por suas características funcionais e organolépticas.
Segundo o levantamento do consultor e engenheiro agrônomo Ronaldo Herculano de Lima, a área total nacional de morango é de 6.280 hectares na temporada 2022/23. Lima estima que em 2002, eram apenas 2.500 hectares. A estimativa é que o total gerado pela produção é de cerca de R$ 9 milhões (Censo IBGE/2017, com valores corrigidos pela inflação de julho/2023). Esse montante tem uma função distributiva muito importante, já que é gerada por regiões afastadas de grandes polos industriais, tendo muitas vezes a produção agrícola como a principal geradora de renda. Como o ciclo da cultura é longo (varia de um a três anos, sendo, portanto, praticamente uma cultura semiperene), e há colheita já a partir de dois meses após o plantio, o produtor consegue gerar um fluxo de caixa contínuo, o que lhe garante uma renda constante. Na média, o produtor está obtendo uma renda média positiva nos últimos anos, já que períodos de baixos preços são compensados por valores mais elevados dentro de um mesmo ciclo. Essa melhor lucratividade vem impulsionando os investimentos em área, como é o caso do principal polo produtor do País: o Sul de Minas Gerais.
Outro fator que vem contribuindo para a expansão da cultura é o maior uso de variedades que permitem a produção o ano todo (cultivares de dia neutro), em detrimento as variedades de dia curto.
Com tantas vantagens positivas, a Hortifruti Brasil dedica, pela primeira vez, uma matéria de capa exclusiva com morango, que você pode acessar na revista de setembro. O objetivo é apresentar o cenário econômico da cultura bem como uma avaliação econômica sobre a rentabilidade no Sul de Minas, com os principais itens que impulsionam os elevados custos do morango na região.