A força do cooperativismo
A maturidade, o profissionalismo e o conhecimento de mercado adquirido pelas cooperativas são os diferenciais
As cooperativas devem ser players cada vez mais ativos no mercado brasileiro de fusões e aquisições (M&As, na sigla em inglês). A avaliação é de Ricardo Costa Bruno, advogado do Martinelli Advogados. Para ele, a concretização das operações realizadas pela Cocamar Máquinas, que comprou a Horizon, e da Cooperativa Agroindústria Capal, que assumiu o controle das cafeeiras São Carlos e Benetti Coffee, indicam que o cooperativismo começou a aderir a esse modelo crescimento.
Segundo o advogado, essa percepção se justifica por três motivos: a maturidade, o profissionalismo e o conhecimento de mercado adquirido pelas cooperativas. “Trata-se de uma forma bem planejada de diversificar e ampliar a capacidade do seu negócio, além da expansão territorial comumente realizada para estar próxima dos cooperados, que hoje somam 14 milhões no País. Esse movimento é um alento para a economia brasileira como um todo”, detalha. Um dos exemplos dessa ampliação da capacidade do negócio foi dado pela Cocamar, que recentemente abriu sua própria corretora de seguros.
De acordo com Ricardo Costa Bruno, as cooperativas dos segmentos agropecuário e de crédito devem liderar os M&As realizados no âmbito do cooperativismo. “Em um relatório apresentado no ano passado, a agência classificação de risco Moody's Investors Service revelou que as cooperativas de crédito estão crescendo a níveis acima dos bancos tradicionais. Já a Forbes mostrou que 14 cooperativas estão na lista das 50 maiores e melhores empresas de agronegócios do Brasil. Esses dados mostram a força e o potencial de crescimento do cooperativismo no País”, complementa.
Os números do cooperativismo no Brasil
Entre 2014 e 2018, o percentual de pessoas contratadas por uma das 6,8 mil cooperativas existentes no País cresceu quase 18% e superou a casa de 425 mil. O modelo cooperativista está presente em área estratégicas, como agropecuária, financeira, consumo, habitacional, serviços e até infraestrutura. Ao todo, o setor reúne cerca de 14 milhões de cooperados e movimenta aproximadamente R$ 260 milhões na economia brasileira.