A Europa pauta o mercado?
“Atuar no mercado internacional nunca foi para amadores"
Legislação europeia dificulta algumas exportações - Foto: José Fernando Ogura/AEN
O mercado internacional, especialmente o agronegócio, enfrenta crescentes desafios de sustentabilidade devido às exigências da União Europeia (UE). A legislação, como a EUDR (Deforestation-free Regulation), impõe a ausência de desmatamento e violação de direitos humanos em toda a cadeia de produção, afetando setores como soja, café, carne, entre outros. Apesar de louvável, a aplicação prática da regulamentação gera incertezas e críticas devido à possível burocracia e custos adicionais.
O imposto do carbono, conhecido como CBAM (Carbon Border Adjustment Mechanism), visa quantificar e precificar emissões de produtos importados pela UE, afetando inicialmente setores intensivos em carbono. Com efeito a partir de 2026, pode impactar o mercado de fertilizantes, mas os detalhes sobre como afetará a produção e os preços ainda não estão claros.
A proposta de regulação de Due Diligence de Sustentabilidade (CS3D) está em discussão, abrangendo empresas com faturamento acima de 150 milhões de euros. Antecipa-se que envolverá due diligence em biodiversidade, clima, direitos humanos, entre outros, com penalidades significativas por descumprimento.
“Atuar no mercado internacional nunca foi para amadores. Entrementes, está ficando difícil até para setores altamente profissionalizados. Multiplicam-se as exigências de sustentabilidade para atuar no mercado, que começaram com as questões ambientais e que avançam também no terreno social e da governança. No caso do agronegócio, para ter um empreendimento bem sucedido, não basta produzir, cada vez mais tem que ser sustentável e atender as regras impostas por países compradores, que estão moldando o mercado com suas exigências”, afirma Décio Luiz Gazzoni, Engenheiro Agrônomo, membro do Conselho Científico Agro Sustentável e da Academia Brasileira de Ciência Agronômica.
