"Vamos comer alimentos geneticamente editados em 5 anos"
Modificação genética é diferente de transgenia
Uma geneticista da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, que ajudou a inventar a ferramenta de edição de genes conhecida como CRISPR, diz que seus impactos mais profundos serão nos alimentos. Vários alimentos editados já foram desenvolvidos e, embora ainda não possamos comprá-los, ela diz que espera vê-los à venda dentro de cinco anos.
"Penso que nos próximos cinco anos, a coisa mais profunda que veremos em termos dos efeitos do CRISPR na vida cotidiana das pessoas será no setor agrícola", disse Jennifer Doudna, indicando que as culturas editadas com o CRISPR têm o potencial de ajudar para aliviar problemas que vão da fome à obesidade.
Embora a modificação genética tradicional realizada com a engenharia genética envolva a mobilização de genes de diferentes organismos (por exemplo, a união de DNA de uma bactéria resistente a herbicida à soja), a edição de genes envolve a realização de alterações internas no próprio genoma de um organismo, o que poderia ocorrer através de uma mutação natural. Sendo assim, ela é diferente dos chamados organismos transgênicos, que estão envoltos em algumas polêmicas.
"Com essa abordagem, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) busca permitir a inovação quando não há riscos", disse o secretário da Agricultura norte-americano, Sonny Perdue, em comunicado. Ferramentas de edição de genoma, como o CRISPR, acrescentou, "ajudarão os agricultores a fazer o que aspiramos fazer no USDA: fazer a coisa certa e alimentar a todos", completou o secretário de agricultura dos Estados Unidos.