El Niño ainda não está confirmado
"Se vier, será fraco", diz Somar Meteorologia
O Oceano Pacífico encontra-se em aquecimento, e institutos internacionais de meteorologia e oceanografia já trabalham com a hipótese de ocorrência do fenômeno climático ‘El Niño’. No entanto, o meteorologista Celso Oliveira, da Somar, ressalta que desta vez o aquecimento é bem mais modesto.
“O primeiro alerta que passamos é: não compare este eventual El Niño (que ainda precisa ser discutido) com o último que aconteceu, entre 2015 e 2016. Esse último foi um dos mais fortes que já aconteceram, comparado inclusive com aquele ‘monstro’ que tivemos entre 1997 e 1998”, compara.
O especialista afirma que ainda há dúvidas sobre se a temperatura do Oceano vai alcançar um valor suficiente para que seja considerado um ‘El Niño’. Para isso, de acordo com os estudos, é necessário temperaturas de, pelo menos, meio grau acima da média por cinco trimestres móveis consecutivos.
“Percebemos que as águas do Oceano Pacífico estão aquecendo, mas de uma maneira muito lenta. A previsão é de que se fique próximo desse limiar, de meio grau acima da média. Então, se não alcançar esse limiar e o período não for suficiente, pode ser que não se tenha, efetivamente, o fenômeno ‘El Niño’”, explica.
As consequências para a Região Sul são de chuvas acima da média. Independente da confirmação do fenômeno, Oliveira aponta que teremos alguns episódios de chuvas intensas nesse inverno. Porém, como esse aquecimento é fraco, a tendência é de que essas chuvas aconteçam com um certo espaçamento.
“Não vai acontecer como em 2015, que todos os dias tínhamos eventos de chuvas fortes e trouxeram muitos prejuízos para as lavouras de inverno na Região Sul. Primeiro, chuva em excesso no inverno e primavera, depois muita dificuldade durante a colheita, especialmente no Rio Grande do Sul, mas também no Paraná”, afirma.