Lithothamnium - Fertilizantes com algas marinhas
Leia sobre o uso destas algas na agricultura.
Algas Marinhas do Gênero Lithothamnium
Lithothamnium é uma alga marinha, conhecida como alga vermelha, que vive até 15 anos e é encontrada em águas profundas (até 200 metros de profundidade), comercializada no Brasil e no exterior para uso na agricultura como fertilizante 100% natural, condicionador de solo, ativador microbiológico e bioestimulante de plantas.
Os produtos à base dessas algas vêm sendo utilizados desde o ano 1186 pelo menos, conforme alguns estudos, como fertilizante e condicionador nas costas inglesa, irlandesa e francesa para melhoramento de solos ou solos que possuam deficiência de cálcio.
Essas algas são encontradas na plataforma continental nordeste e norte do Brasil e, quanto mais preservado for o depósito, maior qualidade terá o produto. Estes sedimentos ocupam setores externo e médio da plataforma, sendo representados por fragmentos de algas. Entre as algas mais utilizadas, existem as do gênero Ascophyllum, Laminaria, Sargassum, entre outros, das quais são extraídos extratos para aplicação nas plantas, e algas da família das Coralinaceas, sobretudo do gênero Lithothamnium, algas calcificadas cujos sedimentos são extraídos do mar, secos e moídos para aplicação pura no solo e nas plantas.
Imagem: Algas do gênero Lithothamnium em depósito marinho.
Com o custo atual dos fertilizantes e grande dependência de importação, é fundamental na agricultura usar de todas as práticas possíveis para elevar o aproveitamento e eficiência dos fertilizantes, com destaque ao fósforo pela sua grande perda em solos tropicais.
Uso de algas Lithothamnium na agricultura
Seu uso tem sido feito em diversos segmentos, como agricultura, nutrição animal e humana, cosméticos, potabilização de águas, cirurgia, entre outros.
O interesse nesses produtos aumentou devido às várias possibilidades quanto ao uso, e vem ganhando popularidade com o uso na agricultura orgânica. As algas contêm macro e micronutrientes essenciais para a germinação e crescimento de plantas, e são 100% naturais, diferente dos fertilizantes convencionais. Estas algas são compostas por carbonatos biogênicos de cálcio e magnésio, e por outros nutrientes em menor quantidade, como ferro, manganês, boro, níquel, cobre, zinco, molibdênio e selênio, e ainda uma fração orgânica muito importante na estimulação de plantas, composta de aminoácidos, oligossacarídeos dentre outros compostos.
Imagem: Algas do gênero Lithothamnium
No Brasil, a Oceana Minerals se destaca como líder de mercado na produção de fertilizantes a base de Lithothamnium, fornecendo produtos retirados de um depósito isento de contaminações, fator determinante para a qualidade desses produtos, além de realizar uma extração ambientalmente correta, compatível com a reposição natural. Com investimentos em monitoramento ambiental, a extração é feita de forma sustentável, onde apenas os fragmentos mortos são retirados, sem prejuízo das algas vivas, de forma a garantir a perenidade da jazida.
Vantagens e benefícios das algas marinhas como fertilizantesss
Os produtos de algas Lithothamnium proporcionam um melhoramento físico, químico e biológico do solo, aumentando a permeabilidade, condicionamento (melhor aproveitamento dos fertilizantes, sobretudo o fósforo) e favorecendo a disponibilidade de nutrientes e ação biológica.
Diferentes estudos com a aplicação de Lithothamnium atestam sua eficiência em diversas regiões e culturas, aumentando a produtividade de plantas devido a uma série de efeitos benéficos, além de bons resultados em pastagens ou em formulação de rações e suplementos.
Dentre os benefícios mais citados na literatura, estão os efeitos bioestimulantes, como maior germinação, enraizamento, vigor vegetativo, além de tolerância a estresses de fatores abióticos, como seca, calor, salinidade, geadas e baixa fertilidade de solos, e de fatores bióticos, como doenças, nematoides e pragas.
Os resultados destas ações sobre as plantas na agricultura proporcionam maior produtividade e maior qualidade, sobretudo em frutas e hortaliças.
Uma característica peculiar desta alga é que, sendo um vegetal, possui sua estrutura porosa com alta superfície específica, decorrente da formação das suas paredes celulares, bem diferente da estrutura cristalina dos minerais.
Imagens microscópicas da alga Lithothamnium. (Fonte: Oceana Minerals)
Essas algas também têm sido uma opção muito eficiente e economicamente vantajosa como fonte nobre de cálcio e magnésio, sobretudo em culturas de alta demanda deste nutriente. Elas têm trazido respostas rápidas, eficientes e econômicas, resultando em aumento de produtividade e qualidade.
Entre as melhorias em qualidade, relatadas em frutas e hortaliças, nota-se maior tempo de prateleira de frutos (shelf life), menor incidência de fundo preto (tomate e pimentão), redução do colapso interno (manga), menor rachadura de casca (alho), maior qualidade de pele, maior firmeza de frutos, menor nível de browning (uva) e plantas mais firmes, sadias e estruturadas.
A versatilidade de modos de aplicação atende diversos sistemas de produção, trazendo resultados de qualidade, sanidade e produtividade destas culturas.
Com atuação na melhoria do solo sob vários aspectos, a utilização de algas do gênero Lithothamnium vem somar na agricultura brasileira como mais uma ferramenta na busca de eficiência agronômica, reforçando o conceito de produzir mais com menos, através de otimização no uso de recursos finitos e custosos.
Como enriquecedor do sistema solo, planta e microrganismos, seu uso pode ser feito em todas as culturas e sob variadas formas de uso, dependendo do sistema produtivo e condições de fertilidade em cada realidade de produção agrícola, somando-se ao leque de opções tecnológicas modernas do agricultor, que busca eficiência técnica, retorno financeiro e sustentabilidade.
As aplicações mais comuns são na forma de pó, que é o resultado da secagem e moagem da alga pura, aplicada sobre o solo, ou na forma granulada. Também existem aplicações em associação a produtos biológicos. Diversas apresentações do produto são indicadas conforme a forma de uso.
Os produtos podem ser utilizados em qualquer cultura e as doses variam conforme a fertilidade do solo, forma de aplicação, cultura e produtividade esperada.
Referências
HAFLE, Oscar Mariano et al. PRODUÇÃO DE MUDAS DE MAMOEIRO UTILIZANDO BOKASHI E LITHOTHAMNIUM1. Rev. Bras. Frutic., Jaboticabal, Jaboticabal - SP, ano 2009, v. 31, n. 1, p. 245-251, 2 mar. 2009.
SOUZA, Antunes de et al. DOSES DE LITHOTHAMNIUM E DIFERENTES SUBSTRATOS NA PRODUÇÃO DE MUDAS DE MARACUJAZEIRO ‘DOCE‘. Revista Caatinga, Mossoró - Brasil, ano 2007, v. 20, n. 4, p. 24-30, 4 out. 2007.
O'REILLY, Shane S. et al. Chemical and physical features of living and non-living maerl rhodoliths. Aquatic Biology, Ireland, ano 2012, v. 15, p. 215-224, 6 jun. 2012.
DIAS, Gilberto T. M. et al. GRANULADOS BIOCLÁSTICOS: ALGAS CALCÁRIAS. Brazilian Journal of Geophysics, Niterói, RJ - Brasil, ano 2001, v. 18, 7 ago. 2001.
MOREIRA, Rodrigo Amato et al. Granulado bioclástico associado ao raleio químico na produção e qualidade de tangerinas Ponkan. Citrus R&T, Cordeirópolis - Brasil, ano 2012, v. 33, n. 2, p. 81-90.
RODRIGUEZ, Walter Danilo Maradiaga et al. Growing of coffee seedlings on different substrates and fertilized with lithothamium. Revista Facultad Nacional de Agronomía, Goiânia, GO, Brasil, ano 2017, v. 70, n. 2, 10 jan. 2017.
EVANGELISTA, Adão Wagner Pêgo et al. PRODUÇÃO DE MUDAS DE PINHÃO MANSO, Jatropha curcas L., EM SUBSTRATOS ADUBADOS COM LITHOTHAMNIUM. Bioscience Journal - Universidade Federal de Uberlância, Uberlândia - Brasil, ano 2015, v. 32, n. 1, p. 132-139, 20 out. 2015.
MACEDO, Ricardo Antônio Tavares de. Efeitos da Extrusão de H+ /OH em Plantas de Feijão Crescidas com Diferentes Fontes de Nitrogênio Sobre o Início da Formação de Nódulos Radiculares. Orientador: Jorge Jacob Neto. 2010. 118 p. Tese de doutorado (Doutor em Ciências) - Instituto de Agronomia, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Seropédica, RJ, 2010.
NEGREIROS, Andréia Mista Paiva. CRESCIMENTO, PRODUÇÃO E QUALIDADE DO MELÃO PRODUZIDO SOB Lithothamnium. Orientador: Dr. Rui Sales Júnior. 2015. Dissertação de Mestrado (Mestre em Agronomia: Fitotecnia) - Universidade Federal Rural do Semi-Árido, Mossoró, RN, 2015.