Uréia: a força que vem do petróleo
Petrobras busca autossuficiência na produção de amônia até 2015
No Dia do Petróleo, o Portal Agrolink destaca a importância da uréia para agricultura, um subproduto do “ouro negro” obtido a partir da síntese da amônia com o gás carbônico, e um dos fertilizantes mais utilizados no mundo.
No Brasil, estima-se que esse produto responde por cerca de 60% dos fertilizantes nitrogenados comercializados.
Conforme dados da Associação Nacional para Difusão de Adubos (Anda), o Brasil produziu 668.129 toneladas de uréia no período de janeiro a agosto deste ano, um aumento de 28% em comparação com o mesmo período do ano passado. No mesmo período, foram exportadas 1.823 toneladas. As importações somam 1.671.556 toneladas e 594.846 toneladas de nitrato de amônia.
Principal produtora, a Petrobras possui duas fábricas de fertilizantes nitrogenados: em Camaçari (BA) e em Laranjeiras (SE). Juntas, elas respondem por 65% da capacidade produtiva nacional deste tipo de fertilizante e são as únicas do país a usar gás natural no processo produtivo. Além do gás natural, derivados de petróleo e carvão podem ser utilizados na fabricação de fertilizantes nitrogenados, mas são matérias-primas menos interessantes do que o gás natural, o que traz uma vantagem competitiva às unidades da Petrobras neste quesito.
Segundo a assessoria de imprensa da Petrobras, pelo Plano de Negócios 2011-2015, os principais investimentos na área de gás e energia serão na transformação química do gás em uréia e amônia. Ao fazer essa transformação, terá capacidade de armazenar uréia e amônia e capacidade de planejar a produção ocupando o gás no momento em que chover o suficiente para manter os reservatórios de água cheios. Por isso, a iniciativa de investir fortemente na área de uréia e amônia e na área de liquefação, de gás natural liquefeito.
Hoje, a companhia importa 53% da produção de amônia. A empresa seria responsável em 2015, por 28% da oferta de uréia e, em 2020, 22%. A Petrobras não pretende a autossuficiência em uréia, mas, uma substantiva redução das importações, atingindo a autosuficiência na amônia, até 2015.
Foi aprovado por unanimidade, no dia 5 de maio de 2010, na Comissão de Agricultura da Câmara dos Deputados, um projeto de lei, de autoria do deputado Moacir Micheletto (PMDB-PR), que propõe a redução a zero de alíquotas que incidem sobre a uréia. No momento, o projeto aguarda parecer da Comissão de Finanças e Tributação, cujo relator é o deputado Claudio Puty (PT-PA).