SNA: “Elevação da Cide afetaria quem não exporta seus produtos agrícolas”
Alta no diesel poderia desencadear nova paralisação dos caminhoneiros
“É inaceitável que o governo continue promovendo um ajuste fiscal aumentando impostos e não reduzindo os próprios gastos. O grande problema é que, visivelmente, o governo não tem uma estratégia clara e consistente para sair desta crise”. A crítica partiu de Tulio Arvelo, diretor da SNA (Sociedade Nacional de Agricultura).
Com déficit de R$ 30 bilhões previsto no Orçamento de 2016, o governo sinaliza a possibilidade de elevar a Cide (Contribuição sobre Intervenção no Domínio Econômico). A taxa incide sobre a importação e a comercialização de petróleo e seus derivados, gás e álcool etílico.
“Um aumento da Cide não afetaria de imediato quem exporta commodities, porque o dólar continua supervalorizado frente ao real e a margem bruta de lucro deste produtor continuaria subindo. De fato, este setor só anda bem por causa do câmbio. Mas a elevação afetaria quem não exporta seus produtos agrícolas”, ressalta Arvelo.
Segundo ele, uma elevação da Cide sobre os combustíveis (inclusive diesel) impactaria nos gastos com insumos e transportes: “No caso dos caminhoneiros, que promoveram uma greve há pouco tempo, a remuneração não acompanha a alta do custo do frete caso o preço do diesel suba, por exemplo. Isto poderia desencadear, na hora do escoamento da safra, uma nova paralisação”, alerta o diretor da SNA.