Químicos: Brasil deve importar recorde de 50 mi/tons
Os fertilizantes e seus intermediários permaneceram, entre janeiro e outubro, como o principal item
De acordo com projeções da Abiquim (Associação Brasileira da Indústria Química), até o final do ano o Brasil deverá registrar um recorde em volume importado de químicos, chegando a praticamente 50,4 milhões de toneladas. Esse resultado aumento de 5,8% na comparação com o ano passado. O Brasil vai ainda exportar 14,3 milhões de toneladas, aumento de 2,8%.
Com isso, prevê a Abiquim, deverá ser registrado um déficit da ordem de US$ 29,3 bilhões. Até dezembro, as importações deverão totalizar US$ 40,2 bilhões, ao passo que as vendas externas US$ 10,9 bilhões, recuos de respectivamente 8,9% e 13% em relação ao ano de 2019.
Para o presidente-executivo da Abiquim, Ciro Marino, os resultados da balança comercial setorial e dos indicadores conjunturais do mercado interno apontam que o pior momento econômico parece ter ficado para trás e que 2021 ainda será bastante desafiador, mas igualmente com muitas oportunidades.
“Sem dúvida, a indústria química brasileira foi decisiva no enfrentamento da pandemia e dos seus graves impactos na saúde pública, na economia e na sociedade, provendo as soluções em qualidade e quantidades necessárias para as várias cadeias produtivas, muitas delas na ‘linha de frente’ de combate à Covid-19. Agora o momento é de pensar como serão os próximos meses e entendemos que a transformação desse atual processo de recuperação em uma efetiva retomada sustentável do crescimento econômico, em 2021, estará condicionada, além de evidentemente sermos eficazes contra o coronavírus, à concretização de uma sólida agenda de competitividade, alicerçada na regulamentação do novo mercado do gás, em modernização da infraestrutura, particularmente logística, e nas reformas estruturantes, como a tributária”, destaca Marino.
No acumulado do ano, até outubro, as importações de produtos químicos somaram US$ 33,8 bilhões e as exportações chegaram a US$ 9,1 bilhões, reduções de respectivamente 10% e de 15,9% na comparação com igual período de 2019. Como resultado, o déficit na balança comercial de produtos químicos, entre janeiro e outubro, somou US$ 24,7 bilhões, o que representa uma redução de 7,6% em relação ao mesmo período do ano passado.
Os fertilizantes e seus intermediários permaneceram, entre janeiro e outubro, como o principal item da pauta de importações químicas, respondendo por 19,7% do total das importações em valor (US$ 6,6 bilhões) e por 68,6% das quantidades importadas (28,6 milhões de toneladas). Em outubro, especificamente, o Brasil importou US$ 3,5 bilhões em produtos químicos, valor que representa redução de 17,5% na comparação a igual mês do ano anterior, ao passo que o valor exportado, de US$ 830 milhões, significou uma redução de 19% na mesma comparação.