Quando a hidroponia faz sentido?
Essa tecnologia se destaca especialmente em períodos chuvosos

Segundo Ítalo M. R. Guedes, pesquisador da área de Cultivo Protegido e Agricultura em Ambientes Controlados da Embrapa, a hidroponia pode ser uma excelente alternativa para produtores que já avançaram além do cultivo em campo aberto e buscam mais estabilidade e valor agregado na horticultura (Fonte: Ítalo M. R. Guedes/Embrapa). Após iniciarem com hortaliças em solo, muitos enfrentam o desafio da forte oscilação de preços no mercado e acabam migrando para sistemas protegidos, como estufas e telados, investindo em produtos como o tomate grape, que oferecem maior retorno.
Com o tempo, o sistema pode evoluir para a hidroponia. Essa tecnologia se destaca especialmente em períodos chuvosos, já que, sem o contato com o solo, as hortaliças ganham em higiene e aumentam sua vida de prateleira. Contudo, Guedes alerta que, durante o período seco, o cultivo em solo ainda tende a ser mais competitivo, apresentando menores custos operacionais.
Outro ponto importante está na cobertura usada nas estruturas. O uso de telado pode reduzir gastos, mas o sombreamento precisa ser bem gerenciado ao longo do ano — já que há meses com excesso e outros com deficiência de luz. Isso influencia diretamente o crescimento das plantas e a eficiência do cultivo.
Além disso, sem solo, o manejo nutricional exige mais precisão. A solução nutritiva deve ser balanceada e adaptada à necessidade específica de cada cultura. A rúcula, por exemplo, requer maior concentração de ferro do que a alface, e isso deve ser observado de perto. Por fim, Guedes destaca: fertilizantes não são agrotóxicos. Hidroponia é, sim, um processo químico — mas trata-se de uma química de precisão, com foco em sustentabilidade e controle rigoroso da produção.