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Fertilizante russo chega ao Brasil – E vem mais por aí

Grande empresa russa de fertilizantes vendeu mais de 165 mil toneladas de potássio



Foto: Divulgação

Apesar das sanções econômicas impostas por diversos países ocidentais contra a Rússia, o Brasil segue comprando – e recebendo fertilizantes do seu maior fornecedor. Reportagem do jornal norte-americano The New York Times revela que “os compradores conseguiram encontrar maneiras de contornar esses obstáculos, incluindo o uso de um banco russo excluído das sanções e a ajuda do Citigroup em Nova York”.

Os correspondentes Jack Nicas e André Spigariol reportaram que “o Brasil está reabastecendo seus estoques de fertilizantes – com a ajuda da Rússia. Assim como o gás russo que flui através de gasodutos para a Europa, centenas de milhares de toneladas de fertilizante russo chegaram ao Brasil desde a invasão. E mais está a caminho.”

Nas últimas semanas, revela o jornal norte-americano, uma “grande empresa russa de fertilizantes vendeu mais de 165 mil toneladas de potássio para clientes brasileiros, com embarques previstos para junho, segundo um executivo envolvido nas transações que não estava autorizado a falar publicamente. Esse valor já era metade do potássio russo que havia chegado ao Brasil em junho de 2021”.

O The New York Times lembra que “o Brasil correu para comprar fertilizante russo logo antes da invasão para manter os embarques no início da guerra. E embora a compra de fertilizantes russos em si não tenha sido proibida, os compradores brasileiros tiveram que enfrentar sanções aos bancos russos e obstáculos logísticos que os especialistas temiam que ainda cortassem o comércio”.

“Os embarques são boas notícias para os preços e suprimentos globais de alimentos, mas más notícias para a estratégia do Ocidente de isolar economicamente a Rússia em uma tentativa de enfraquecer a determinação do presidente Vladimir Putin na Ucrânia”, analisam os correspondentes.

A reportagem destaca que a “perspectiva de uma crise” fez com que os Estados Unidos criassem uma “redução em suas sanções no final de março para permitir explicitamente a compra de alimentos e fertilizantes russos. Embora as sanções financeiras ainda compliquem as transações, as autoridades americanas têm trabalhado para tranquilizar outros governos e líderes empresariais – incluindo reuniões com autoridades governamentais e da indústria no Brasil – que a compra de fertilizantes russos não é proibida”.

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