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Brasil tem apenas 107 produtos biológicos comerciais registrados

Os desafios enfrentados pelo setor são muitos




Chega a apenas 107 o número de produtos comerciais de controle biológico registrados no Brasil, de acordo com dados da ABCBIO (Associação Brasileiras das Empresas de Controle Biológico). Essas patentes estão nas mãos de 50 empresas detentoras no País.


Dentre os produtos registados, 78 são “microbiológicos”: fungos, bactérias e vírus. Outros sete são ferormônios e 22 são “macrobiológicos”: parasitas, predadores e parasitóides. As informações foram apresentadas pela ABCBIO na 77ª Reunião Ordinária da Câmara Temática de Insumos do Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento), realizada em Brasília (DF).

De acordo com a entidade, os desafios enfrentados pelo setor são muitos. Um deles é a “limitada disponibilidade de produtos comerciais e de princípios ativos contendo agentes de controle biológico de doenças de plantas no Brasil, sendo que apenas parte desses produtos é registrada. Isso porque há “dificuldade de registro dos agentes de biocontrole, pois a legislação é a mesma utilizada para os agrotóxicos”.


Segundo a ABCBIO, “a demanda crescente e a lentidão dos processos de registro favorecem a oferta de produtos não registrados, de baixa qualidade e de eficiência duvidosa, gerando descrédito para o setor”.

Outro problema é a “falta de capacitação dos agentes comerciais para recomendação e uso dos
biológicos. Muitas vezes, a ação lenta dos microrganismos gera desconfiança por parte
de agricultores quanto a sua efetividade. Além disto, a baixa qualidade dos produtos não registrados vendidos informalmente no mercado prejudicam os resultados”.

A entidade aponta ainda que a “produção em larga escala dos agentes de biocontrole desenvolvidos no Brasil necessita evoluir para atender a demanda crescente, além de estabelecer normas específicas para produção, controle de qualidade e fiscalização”, bem como investir em “estudos para adequar o uso para diversos sistemas”.

No entanto, ressalta que “há poucos programas específicos para o financiamento em incentivos tributários de pesquisa e produção para o desenvolvimento e a produção em larga escala dos produtos biológicos”.
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