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Audiência pública em Patrocínio será decisiva para expansão da Fosfértil

A audiência vai tratar da área mais sensível do projeto, os efeitos sobre o meio ambiente, com a apresentação do Estudo de Impacto Ambiental


O projeto de expansão das operações mineiras da Fosfértil, orçado em R$ 2 bilhões, terá, na quarta-feira (18), o seu teste decisivo em audiência pública no município de Patrocínio, no Alto Paranaíba, com a expectativa de participação de até 500 pessoas. A reunião faz parte do processo de licenciamento do complexo industrial que a companhia pretende construir na cidade para produzir fertilizantes fosfatados, matéria-prima importada pelo país em grande quantidade. Batizado de Projeto Salitre, o empreendimento prevê a abertura de uma mina de rochas fosfáticas no mesmo município, que já conta com licença prévia obtida no Conselho Estadual de Política Ambiental (Copam). O investimento terá um forte impacto sobre a economia local, sustentada pela produção de café e suinocultura, como nova fonte de renda e emprego. Deverão ser criados 2 mil postos de trabalho diretos e em empresas prestadoras de serviços.

Claudio Arouca/Fosfértil/Divulgação
Unidade da Fosfértil instalada em Uberaba: companhia pretende construir complexo industrial para fabricação de fertilizantes

A audiência vai tratar da área mais sensível do projeto, os efeitos sobre o meio ambiente, com a apresentação do Estudo de Impacto Ambiental (Eia/Rima). De olho no aumento da arrecadação municipal que a reserva e a planta industrial vão proporcionar não só diretamente, mas com a formação de um cinturão de empresas fornecedoras de matérias-primas e serviços, o prefeito de Patrocínio, Lucas Campos de Siqueira, afirma que a primeira contrapartida da empresa será dar prioridade à contratação de mão de obra na própria cidade. “O município sempre foi muito dependente da agropecuária e agora enxergamos um novo horizonte de crescimento econômico, com geração de emprego e renda”, afirma.

Opção de trabalho passou a ser uma grande preocupação ante a mecanização das lavouras de café, atividade que tem ocupado parte da população local, de 85 mil habitantes, e um público flutuante que chega a 20 mil durante a época da colheita, de maio a outubro. Segundo Lucas Campos, com os royalties da mineração, a cidade poderá ganhar R$ 3 milhões a R$ 4 milhões por mês, sem contar uma receita que tende a ser bem maior com a instalação da unidade de aproveitamento industrial do minério. A prefeitura administra R$ 9 milhões por mês de arrecadação total.

José Antônio Mendes Gomes, gerente executivo de meio ambiente, saúde, segurança e qualidade da Fosfértil, confirma a política da companhia de dar preferência à contratação de mão de obra local, que terá treinamento bancado pela empresa em parceira com instituições de ensino do município. Durante a construção, a perspectiva é de que sejam gerados 6 mil empregos. “Com o projeto, a Fosfértil vai praticamente dobrar a sua capacidade atual de produção de fertilizantes fosfatados (de 800 mil toneladas por ano) e dará uma expressiva contribuição à redução das importações brasileiras”, afirma. A empresa já atua nos municípios de Tapira e Uberaba, no Triângulo Mineiro. Nas estimativas da empresa, a compra de fosfatados no exterior poderá ser reduzida em 15%. O Brasil importa 70% dos fertilizantes que consome.

As empresas locais estão, também, de olho na oportunidade de crescer no entorno do complexo industrial. De imediato, já existe interesse na prestação de serviços de tornearia, usinagem e fundição, informa Walter Bernardes Júnior, presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Patrocínio. Outra área que pode ser desenvolvida é o transporte de funcionários da mina e da unidade industrial.

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