Agro estará nas campanhas políticas em 2014
Projeta José Otavio Menten, presidente do CCAS
“O agro deverá continuar crescendo em 2014. Vai fazer parte dos planos de governo de todos os candidatos a presidente e o tema será importante nas campanhas políticas”. A avaliação é de José Otavio Menten, presidente do Conselho Científico para Agricultura Sustentável (CCAS), Doutor em Agronomia e Pós-Doutorados em Manejo de Pragas e Biotecnologia, Professor Associado da USP/ESALQ.
“Para o agro, as previsões são mais otimistas e concretas. Porém, muito pouco exploradas e divulgadas, exceto na mídia especializada de agro. A sociedade, cada vez mais urbana, ainda não é alcançada por estes temas com a intensidade adequada”, analisa Menten, que também é vice-presidente da Associação Brasileira de Educação Agrícola Superior (ABEAS).
Para ele, o fato de o agronegócio entrar na agenda dos candidatos “é consequência da melhoria da imagem e reputação do agro pela sociedade urbana, graças ao empenho do setor em se comunicar mais e melhor. As frentes parlamentares em defesa do agro deverão intensificar suas ações para que haja retomada de investimentos no setor”.
“Em 2014 deve ser, novamente, o principal setor de nossa economia, talvez um pouco abaixo de 2013. Os grandes desafios para 2014 são infraestrutura logística (transporte multimodal e capacidade de armazenamento), legislação/direito a propriedade, fortalecimento das cooperativas e associações de produtores, diversificação e agregação de valor da produção, custo elevado da mão-de-obra e legislação trabalhista (existem culturas ainda muito dependentes de serviços manuais, como café, laranja e cacau e com demanda sazonal), ocorrência e manejo de pragas (de acordo com o Índice de Confiança do Agro/FIESP, a alta intensidade de pragas e doenças só é superado pelas preocupações com clima e preços), conflitos envolvendo terras indígenas, compra de terras por estrangeiros e licença ambiental para construção de infraestrutura”, projeta.
Segundo o especialista, “os transgênicos deverão se consolidar no Brasil. Após 10 anos de sua adoção, a área cultivada com soja, milho e algodão resistentes a herbicidas e insetos atingiu 40 milhões de hectares; em 2014, 91% da soja, 81% do milho e 47% do algodão deverão ser transgênicos. Estão sendo pesquisadas 37 novas tecnologias que poderão, em breve, estar à disposição também dos produtores de feijão, cana, citros e eucalipto”.
“Apesar dos gargalos, a produção agrícola (vegetais e animais) deve gerar renda de R$ 440 bilhões em 2014. A China deve continuar sendo a maior importadora. Com o mundo crescendo economicamente e em população, aliado a crescente urbanização e exigência dos consumidores, a demanda por alimentos, agroenergia e fibras de qualidade vai aumentar em 2014 e o Brasil vai consolidar sua posição de fornecedor que mais cresce no mundo”, conclui.