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Fertilizantes - Aplicação Via Solo

Leia sobre adubação localizada, não localizada e em culturas arbóreas.


Adubação no solo

Um dos aspectos mais importantes na aplicação de fertilizantes é a forma de aplicação, pois esta determina o local e a distância entre o adubo e o alvo. Quando adubamos muito próximo à semente por exemplo, a semente pode não germinar por conta do efeito tóxico causado pelo fertilizante, e por outro lado se o adubo estiver muito distante, a raiz da plântula pode não absorvê-lo de forma eficiente, e resultar em perdas por lixiviação, afetando diretamente o bolso do produtor.

Assim, o posicionamento correto do fertilizante no solo é fundamental. A forma de aplicação depende de alguns aspectos, sendo estes:

 

Estes fatores serão responsáveis por definir a adubação:

  • Adubação corretiva: fosfatagem é a mais comum, em culturas perenes ou em solos com carência de fósforo;
  • Adubação de plantio: realizada no momento da semeadura de mudas, sementes ou caules (colmos), aplicando parte dos adubos ou toda a dosagem;
  • Adubação de cobertura: em geral utilizada para nitrogênio e potássio, pois, por serem elementos móveis no solo, podem ser lixiviados e perdidos caso a aplicação seja feita de uma só vez. Geralmente são feitas uma ou duas aplicações de cobertura.
  • Adubação de produção (ou de manutenção): realizada em culturas de ciclo longo ou perene, com uma ou duas aplicações anuais.

Estas aplicações podem ser feitas de maneira localizada, quando há um local específico no solo para posicionar o adubo (sulco, linha, cova de plantio), ou não localizada, quando o adubo é aplicado em área total (geralmente a lanço, incorporado ou não).

 

Adubação localizada

A adubação localizada possui diferentes formas de aplicação:

  • Adubação em linha e adubação em sulco: neste caso, é importante que os adubos não entrem em contato direto com a semente, pois pode resultar na “queima” da semente, reduzindo sua germinação. Logo, o adubo deve ser localizado a cerca de 5cm abaixo e ao lado da semente/muda. Na adubação em cobertura, esta é feita ao lado da linha de plantio, não sendo recomendados fertilizantes de baixa solubilidade neste caso.
  • Adubação em cova: é indicada para culturas de ciclo longo como por exemplo arbóreas. Recomenda-se misturar o adubo com a terra retirada na abertura da cova, de forma que a mistura fique homogênea. Quando se aplica fosfato de baixa solubilidade em solos com baixo teor de fósforo, o volume da cova pode restringir o desenvolvimento do sistema radicular da cultura, desta forma, esta adubação não deve ser a única empregada.

 

Adubação não localizada

Utilizada para culturas semeadas a lanço ou cultivos de alta densidade, com espaçamento reduzido. Geralmente é usada para adubos de baixa solubilidade. Os adubos são distribuídos e incorporados com gradagem ou capina leve, a aproximadamente 5 cm de profundidade. No caso do fósforo, a incorporação em profundidades maiores favorece o desenvolvimento de um sistema radicular mais profundo, diminuindo os efeitos de estresse hídrico na cultura.

A aplicação em cobertura em períodos muito secos prejudica a qualidade da incorporação, além de afetar as raízes das culturas e, desta forma, deve ser evitada.

  • Adubação foliar: consiste na dissolução de adubos na água e distribuição sobre as folhas através de pulverização de baixo volume, menor do que 300 litros por hectare. Usa-se uma quantidade de nutrientes menor do que na aplicação no solo, e a concentração não deve passar de 3% (peso/volume). Este tipo de aplicação é mais comum e viável economicamente para micronutrientes, ou para aplicações em sistemas de cultivo orgânico, onde são utilizados biofertilizantes líquidos para o preparo das soluções. 
    Deve-se atentar à compatibilidade dos produtos utilizados, respeitar a concentração recomendada (a depender da espécie e estádio de desenvolvimento da cultura), e avaliar a necessidade do uso de adjuvantes como espalhantes e adesivos. Este tipo de aplicação não deve ser feito nas horas mais quentes do dia, pois os estômatos podem estar fechados, reduzindo a absorção e consequentemente eficiência desta forma de aplicação. Para ler mais sobre este tipo de adubação, clique aqui.
  • Adubação via fertirrigação: o objetivo desta adubação é atingir o solo, adicionando quantidades maiores de nutrientes comparada à adubação foliar. Este tipo de aplicação pode dispensar adubações normais de plantio, com exceção da adubação fosfatada, devido à baixa mobilidade do elemento no solo. Este tipo de adubação pode ser feito em um número maior de parcelas, resultando em maior eficiência para alguns fertilizantes. Para isso, deve-se usar produtos de alta solubilidade.

 

Adubação em culturas arbóreas

Esta aplicação é realizada na projeção da copa, ou em círculos conforme a cultura e estágio de desenvolvimento. A faixa adubada deve ter largura igual ao raio da copa, com metade da faixa ficando para fora. Quando as árvores crescem, de modo que as copas fiquem muito próximas, a adubação pode ser feita a lanço na faixa das linhas de plantio, inclusive de forma cruzada.

 

Por fim, recomendamos o vídeo abaixo do canal AgroBrasil, em que o Engenheiro Agrônomo Jonathan Basso orienta sobre a posição dos adubos no solo.

 

Anderson Wolf Machado - Engenheiro Agrônomo

 

Referências:

SOCIEDADE BRASILEIRA DE CIÊNCIA DO SOLO. Manual de Adubação e de Calagem Para os Estados do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina. 10. ed. Porto Alegre: Sociedade Brasileira de Ciência do Solo, 2004.

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